Na guerra das liminares, as ações jurídicas predominam e alimentam o debate político na Assembléia Legislativa. De um lado, no terreno adequado aos interesses do Governo, o deputado Audic Mota, a quem os colegas chamam de “desembargador”, face ao seu domínio da processualística parlamentar. Dizem que pode recitar o regimento de trás para diante, fazendo versos. Do outro, e não menos inteligente, o deputado Leonardo Araújo, inflamado orador, seguro na retórica e com atitudes fortes, tem sustentado a oposição praticamente sozinho.
Ambos são advogados experientes e se conhecem desde criancinha. Durante oito anos, foram sócios na mesma banca jurídica, trabalhando no mesmo espaço e defendendo as mesmas causas. Usam o mesmo empenho e a mesma garra até no degelo das expressões faciais escondendo emoções. O presidente Zezinho Albuquerque e o líder Evandro Leitão assistem aos meninos do Tauá pautando os debates do Poder Legislativo.
Estão satisfeitos quanto ao desempenho de Audic; observam a sua técnica de contenção a Leonardo, a quem por duas vezes já desarmou, nas investidas pela sobrevivência do TCM. Leonardo tenta levar o Governo a uma nova crise, lançando-o num beco sem saída, mas é barrado pela ação rápida e tempestuosa de Audic junto aos tribunais. O Tribunal de Contas resiste e mesmo ameaçado de morte, poderá recorrer a Brasília para tentar sobreviver com ajuda do STF. Nada demais. É o parlamento revelando atores abrindo espaços para a renovação de valores na Assembléia Legislativa. Isto é ótimo, é muito bom.
Eminência parda Por trás dos últimos acontecimentos no Legislativo, a figura do deputado Audic Mota (foto) começa a aparecer como a eminência parda do Governo. Pouco vai a plenário, mas se movimenta silenciosamente nos bastidores, com rara competência. E mesmo sem aparecer, está dando as cartas. Depois do presidente, é o nome mais forte da Casa.
Pegou mal Uma frase atribuída ao senador Eunício Oliveira, numa conversa com a deputada Doutora Silvana, reclamando que falta de diálogo no seu partido, pegou mal. “Deputada, o PMDB sou eu”.
Origem Essa frase, originalmente era proferida pelo Rei da França, Luis XIV, a súditos que ousavam contestá-lo. Sua majestade escapou da guilhotina morrendo antes da revolução.
Só dois Por essa e por outras, é difícil a permanência de deputados no PMDB. O partido só tem, hoje, o Danielzinho, sobrinho querido, e o Lonardo Araújo, combatente teimoso. O resto se mandou.
Conteúdo O deputado Carlos Matos foi bem, ontem, na entrevista à Rádio O Povo-CBN. Dividindo espaço com outros convidados, fez boa figura.
Guerra total Convencido de que o mosquito Aedes aegipty virou uma ameaça real à população, o presidente da AL, Zezinho Albuquerque quer mobilizar os 184 prefeitos do Estado, para que comandem todas as instituições de seus municípios numa “guerra total” a esse insidioso inimigo e os males que ele vem difundindo.
Vai agitar! Com a perda da eficácia da decisão do juiz Carlos Facundo, a PEC do deputado Heitor Férrer (PSB) volta a tramitar normalmente, e com tudo força para agitar novamente o plenário da AL, a partir de hoje.
Mais fogo Para aquecer o clima no plenário da AL, entra em cena o rol de 20 deputados ex-prefeitos divulgada pelo TCM, acusados de terem contas rejeitadas, gerando corrida em busca de certidões negativas.
TCM sem sentido Na visão do deputado Heitor Férrer (PSB), o TCM, que ele que ver extinto, perdeu o seu sentido, por conta de integrantes seus que extrapolaram, da sua missão fiscalizadora através de atitudes políticas.