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Parlamentares criticam perdas na oposição - QR Code Friendly
Sexta, 16 Junho 2017 04:11

Parlamentares criticam perdas na oposição

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Deputado Odilon Aguiar (PMB) critica a "fraqueza" e "falta de postura" de alguns colegas na Casa. Ele já foi um grande defensor do Governo Deputado Odilon Aguiar (PMB) critica a "fraqueza" e "falta de postura" de alguns colegas na Casa. Ele já foi um grande defensor do Governo ( Foto: José Leomar )
Assim como foi em outras legislaturas, o embate recente entre parlamentares da oposição na Assembleia Legislativa do Ceará demonstra o quão frágil é a bancada oposicionista na Casa. Lideranças partidárias não conseguiram manter seus representantes unidos, o que corroborou para a debandada do bloco.   Somente no fim do ano passado, quatro parlamentares outrora opositores à gestão Camilo Santana (PT) ingressaram na base governista e, mais recentemente, depois de intensos diálogos com assessores do Governo, a deputada Silvana Oliveira (PMDB) foi mais uma que se alinhou à administração do petista. Aliás, a sigla peemedebista, neste processo todo, foi a que mais se desgastou e, hoje, a maioria dos seus membros na Assembleia não atende às orientações partidárias.   Desde o início do ano, Agenor Neto, Audic Mota e Tomaz Holanda deixaram a bancada de oposição de lado e ingressaram na base aliada do Governo. Tomaz, inclusive, saiu do PMDB e retornou ao PPS. João Jaime é outro que fazia oposição a Camilo e agora integra a base governista. Para alguns parlamentares, a "desidratação" da bancada de oposição é comum nos legislativos Brasil afora, principalmente, por conta da forma de se fazer política no País.   Segundo eles, ao se aproximar o período eleitoral, em busca de reeleição, alguns deputados acabam sendo atraídos pelo Executivo. "A oposição migrando para a situação só mostra a força do Governo. Sempre que se mostra no início uma oposição robusta, eu digo que ela, ao longo dos meses, vai minguando, como minguou agora", diz Heitor Férrer (PSB).   O parlamentar afirma estranhar que um partido consolidado como o PMDB tenha perdido o controle de seus deputados. De acordo com ele, a oposição não se consolida ao longo do mandato porque, para atender suas áreas de atuação, tem que migrar para o Governo, que muitas vezes as nega pelo simples fato de serem opositores. "O PMDB, hoje, dos cinco membros, tem três na base do Governo e só dois ficaram na oposição", ressalta.   Para Renato Roseno (PSOL), a "desidratação da oposição é impressionante", pois revela como os parlamentares dependem do aparato estatal para manterem os mandatos na Casa. "Se aproxima da reeleição e há desidratação da bancada de oposição tamanho é o aparato do Governo. Antes eles viam os oposicionistas como aguerridos e depois mudam de opinião, sem uma motivação programática".   João Jaime (DEM), que foi opositor do governador Cid Gomes quando se formou um bloco de apenas cinco parlamentares de oposição, diz que o problema está no sistema político brasileiro, onde não há uma linha ideológica bem formatada, como em países de democracia consolidada, a exemplo dos Estados Unidos. Ele cita, por exemplo, que no país norte-americano a possibilidade de mudança de pensamento entre democratas e republicanos é quase impossível.   "Aqui temos um Governo meia boca presidencialista e meia boca parlamentarista. Por isso tem essa desordem toda", argumenta. Roberto Mesquita (PSD), que na atual legislatura fez o caminho inverso, de governista para opositor, opina que o poder que o Governo tem para oferecer vantagens imediatas e dar aos parlamentares benesses acaba por desequilibrar a bancada de oposição no Legislativo.   Calar   Ele ressalta que as urnas demonstraram que quase a metade da população cearense não apoiou, em 2014, o nome de Camilo para o Governo, mas isso não foi representado na Casa devido à cooptação de opositores. "Se o Governo quisesse mais pessoas para enaltecer seus feitos, seria legítimo. O que vemos é que ele não tem essa vontade, quer apenas calar seus malfeitos. É isso que ele vem patrocinando com suas benesses", aponta.   Odilon Aguiar (PMB) também fez o caminho inverso. No início desta legislatura era um ferrenho defensor do atual Governo. Dele chegou inclusive a fazer parte como secretário de Estado. Agora, depois do rompimento de Domingos Filho com o Governo, Odilon passou a criticar o que chama de "fraqueza" e "falta de postura" de alguns membros da Assembleia. Ele lamenta que alguns que foram "aguerridos" na defesa da população, agora, estão "afinando" com o Governo.   Já Ely Aguiar (PSDC) acredita que o Governo está incomodado com o grupo de oposição e tem tentado, segundo ele, paralisar a Assembleia. "O Governo quer esvaziar o debate, evitando que as sessões sejam realizadas e cooptando alguns deputados".
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