Depois de realizarem encontro que definiu diretrizes para que a Assembleia Legislativa tivesse mais efetividade na discussão do retorno das obras da Transposição das águas do Rio São Francisco, deputados estaduais cearenses querem que a Casa se reúna mais vezes para discutir outros temas que consideram relevantes ao Estado. Ao Diário do Nordeste, parlamentares defenderam a necessidade de debater, de forma suprapartidária, questões referentes à violência e à epidemia de chikungunya.   Apesar de a Assembleia ainda não ter realizado reunião do Colégio de Líderes neste ano, no último dia 9 de maio o presidente da Casa, Zezinho Albuquerque (PDT), reuniu 28 parlamentares, da base governista e de oposição, em prol da Transposição. O pedetista afirma que, sempre que necessário e cobrado, vai realizar eventos do tipo.   "Dessa reunião saiu um norte e fizemos o melhor que a Assembleia Legislativa poderia fazer, mesmo que o assunto não dependesse somente dos nossos esforços", diz o presidente da Mesa Diretora do Legislativo.   Para outros deputados, há uma necessidade de se discutir outros assuntos em conjunto, como Saúde e Segurança Pública. De acordo o líder do Governo, Evandro Leitão (PDT), é preciso, também, sensibilizar e pressionar as autoridades competentes sobre alguns temas, como a crise hídrica no Estado.   "Nada mais justo que a Mesa Diretora e os deputados façam coro junto às autoridades sobre cada um desses segmentos", aponta o pedetista.   Para o petista Elmano de Freitas, é importante que a Casa trate temas de maneira suprapartidária e busque encaminhamentos. Ele destaca que alguns assuntos demandam maior relevância no Ceará, como a incidência de febre chikungunya.   "É um tema que deveríamos tratar, além, claro, da questão da Transposição, porque ainda não foi resolvido. É importante termos articulação da Assembleia com a bancada federal, e acredito que o presidente vai construir essa relação", diz o parlamentar.   Interesse político   Leonardo Araújo (PMDB), por sua vez, opina que muitos temas não são levados adiante devido a questões de interesse político. Ele defende que a Segurança Pública seja o próximo assunto colocado em pauta na Assembleia, mas diz que não há interesse da Mesa Diretora e dos governistas, devido à politização da discussão. Ele cobra, ainda, a realização de reuniões do Colégio de Líderes da Casa.   O deputado Roberto Mesquita (PSD) afirma que um protagonismo da Assembleia depende de sensibilidade dos dirigentes e dos deputados da Casa. "Poderíamos ouvir mais e interagir com a Secretaria de Segurança e sermos responsáveis por uma força-tarefa para acabar com os lixões no Ceará", defende.   Para José Sarto (PDT), a reunião sobre a Transposição abriu margem para futuros encontros. Ele sustenta que é papel do Legislativo buscar melhorias para o Estado. "O que não for possível, a gente faz o debate", afirma.