Professores da rede pública de Fortaleza, em greve há 22 dias, receberam manifestações de apoio de deputados estaduais de oposição. Na manhã de ontem, um grupo de educadores foi à Assembleia Legislativa para pedir apoio dos parlamentares. O deputado Capitão Wagner (PR) fez um apelo, em plenário, para que os demais parlamentares, através de uma comissão, intermediassem uma negociação com o prefeito Roberto Cláudio (PDT). “Fui ao prédio da secretaria de Educação, onde professores estão acampados no sétimo andar, desde segunda-feira, e coloquei meu mandato à disposição para tentar intermediar essa negociação”, explicou o deputado.
Capitão Wagner destaca a data base dos professores, assim como as dos servidores públicos, é janeiro, “já estamos em abril e estão querendo abrir uma negociação em maio para fazer o que foi feito no Estado, quando, no ano passado, o governador empurrou o ano todo e não houve o reajuste dos servidores”.
O deputado Renato Roseno (Psol) foi outro que declarou apoio aos educadores de Fortaleza que ocuparam ruas da cidade e o prédio da Secretaria de Educação de Fortaleza. Segundo ele, os professores de Fortaleza estão cobrando o cumprimento do piso da categoria e do reajuste salarial de direito. “São 13 mil educadores que tem a nobre tarefa de educar crianças e adolescentes e até agora só receberam o silêncio e o congelamento de seus salários”, reclamou.
Renato Roseno criticou ainda a postura do prefeito Roberto Cláudio e do governador Camilo Santana que se dizem contra a proposta de reforma da Previdência, mas que estariam agindo exatamente igual ao presidente Michel Temer. “Roberto Cláudio afirmou que só negociaria o reajuste na segunda quinzena de maio. Isso é um absurdo. Congelam salários, negam reajuste, descumprem a lei ainda falam que são contra Temer? Cadê a coerência?”