Fernando Hugo ressalta a visita que fez com Camilo e outros ao Hospital de Messejana
( Foto: Fabiane de Paula )
O deputado Fernando Hugo (PP) voltou a usar a tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará para falar do estado precário em que se encontra o Sistema Único de Saúde e, consequentemente, a saúde pública no Brasil. "O SUS, no papel, é extremamente digno de aplausos em qualquer lugar no mundo, mas na dotação orçamentária é de grande pobreza e isso reflete na ponta, que é o Município, e na parte intermediária, que são os estados".
Ele afirmou que há mais de 15 anos não se tem reordenamento de valores repassados para o sistema que abraça serviços desde os ambulatoriais mais simples, aos mais sofisticados nos hospitais terciários. Na contramão do avanço na prestação do atendimento, destacou que entre os anos de 2010 e 2015 o Brasil perdeu 23.565 leitos hospitalares. "O Conselho Federal de Medicina mostra que em cinco anos os leitos passaram de 335.482 leitos para 311.917, o que significa aproximadamente 7%, na égide da administração petista".
Mágicas
A máxima da governabilidade da saúde pública sem a hospitalização, segundo o parlamentar, foi e é hoje o ponto mais desalentador de esperança de se internar pacientes. "Na pediatria houve perda de leitos saindo de 48.200 para 38.100 nos hospitais públicos e conveniados, em uma perda de 10.100 leitos", lamentou Fernando Hugo.
"Os dados mostram que o prefeito, seja de que cidade for, o governador, seja de que Estado for, tem que fazer mágicas e que os secretários de saúde precisam ter mirabolâncias fantásticas para poder gerir essa crise conseguindo hospitalizações, salvar e internar pacientes", disse.
Hugo relatou ainda que na terça-feira esteve ao lado do governador Camilo Santana e do secretário de Saúde, Henrique Javi, em visita ao Hospital da Messejana. "Eu dizia para o governador que o Hospital de Messejana tem central de atendimento de emergência que é verdadeiramente encantadora", narrou.
"Se eu, com meus 64 anos, enfartar, quero ir para lá porque sei que tem plantonista de hemodinâmica. Não vai se esperar que localize o médico em outra atividade", elogiou. "Porém quando a pessoa vai para a sala de cirurgia, depois que sai, começa o grande problema de para onde ser levado. Não tem leito. Não é só no (Hospital de) Messejana. É em todo o Brasil", reclamou Fernando Hugo.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB), que assim como Hugo também é médico, elogiou o trabalho prestado no Hospital da Messejana que, ao salvar vidas através dos transplantes de coração e pulmão, coloca o Ceará como exemplo mundial.