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Sexta, 02 Dezembro 2016 05:48

Coluna Politica

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Impactos de um racha no Ceará   A reeleição de Zezinho Albuquerque (PDT) foi crucial vitória política para o grupo governista cearense. A eventual derrota representaria muito mais que ficar sem o controle da agenda legislativa. Perder a Assembleia seria a demonstração do fim da hegemonia que o grupo sustenta há dez anos. Sinalização do possível fim do ciclo. Se aliados já se afastam, seria a senha para a debandada. O que Zezinho assegurou com a vitória foi a continuidade da perspectiva de manutenção do poder para os Ferreira Gomes.   Porém, sem garantia alguma. A última eleição estadual foi muito dura e a próxima deve ser ainda mais difícil. O racha da base aliada é emblemático. Há mais de 30 anos não havia disputa pelo controle do Poder Legislativo. A última terminou com a derrota de Murilo Aguiar - avô de Sérgio Aguiar, derrotado ontem - por 23 votos a 22. Foi em 28 de fevereiro de 1985 e, após a derrota, Murilo teve ataque cardíaco. Morreu no hospital na madrugada seguinte. O que houve ontem, disputa pela mesa diretora, não é comum.   O racha da base governista é reflexo da dificuldade de uma grande aliança administrar as ambições que surgem dentro da própria coalizão. Em 2010, houve o rompimento com o PSDB e Tasso Jereissati. Em 2011, Roberto Cláudio foi alçado a presidente da Assembleia porque Zezinho Albuquerque e Welington Landim não abriam mão para o outro. Cid Gomes, à época, buscou um terceiro nome. Tal qual a mãe que, diante da briga entre os filhos por um brinquedo, não deixa nem com um nem com outro. No ano seguinte, o grupo desistiu de ser coadjuvante em Fortaleza da parcela do PT controlada por Luizianne Lins e foi para a disputa. Em 2014, rompimento foi com Eunício Oliveira (PMDB). Agora, sai Domingos Filho.   O superbloco que chegou ao poder em 2007 se desfez. Restam apenas PDT, PT (e com dissidências importantes) e PCdoB entre os partidos mais representativos.   O grupo que ascendeu ao poder federal está louco para desalojar a aliança PT/PDT do Governo do Estado. PMDB, PSDB e PR estão mais articulados que nunca, com apoio de Michel Temer. Enquanto os Ferreira Gomes não param de perder seus mais estratégicos aliados. A reeleição de Zezinho mostra que o bloco governista ainda é muito forte politicamente. Porém, muito menos que em outros tempos. Já a oposição está cada vez mais fortalecida.
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