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Terça, 25 Outubro 2016 04:52

Coluna Politica

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A busca pelo voto jovem Entre todos os segmentos de renda, idade, escolaridade e sexo, as maiores movimentações observadas na pesquisa O POVO/Datafolha em Fortaleza foram entre os mais jovens e os que têm ensino superior. Ontem, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) deflagrou ofensiva nas redes sociais voltada ao segmento jovem. Para os de de humanas, exatas, surfistas, góticos, trans, forrozeiros, regueiros, vegetarianos, geeks, “deboístas’ e outros mais. Nada aparece numa campanha por acaso. A estratégia é medida e calculada. Roberto Cláudio caiu, no Datafolha, 13 pontos percentuais no segmento entre 16 e 24 anos. Isso no intervalo de duas semanas. Na faixa de 25 a 34 anos, caiu sete pontos. Já no setor acima de 45 anos, ele cresceu. Capitão Wagner (PR) faz caminho oposto. Subiu 11 pontos entre os mais jovens. E caiu quatro entre quem tem 60 anos ou mais.   Nesse setor até 25 anos, RC e Wagner estão empatados. Quando se trata de quem tem mais de 45 anos, a vantagem do atual prefeito fica em torno de 20 pontos percentuais. Roberto Cláudio tenta obter voto dos mais jovens, enquanto Capitão terá de buscar apoio dos mais velhos. Os discursos com tais objetivos irão ditar o ritmo dessa semana de campanha.   É possível projetar algumas razões para o resultado. A campanha de Roberto Cláudio repete o modelo bem-sucedido na primeira eleição e nas campanhas de Cid Gomes (PDT) e Camilo Santana (PT). É modelo vencedor, sem dúvida. Mas é quadrado, pouco inovador. A campanha de Wagner cativa mais o jovem. E é também a juventude que é mais impactada pela violência. É setor mais sensível ao discurso do Capitão. Por outro lado, o eleitor mais maduro se mostra mais resistente a ter oficial da Polícia Militar como prefeito.   PARA ENTENDER OS DESLOCAMENTOS Há outros segmentos que explicam a movimentação dos candidatos na pesquisa. Roberto Cláudio perdeu seis pontos entre os homens. O segmento explica a oscilação negativa de três pontos percentuais na pesquisa. Nesse mesmo setor, Wagner cresceu. Capitão oscilou negativamente dois pontos entre as mulheres. Ou seja, sua evolução de dois pontos percentuais foi exclusivamente reflexo de votos conquistados entre o eleitorado masculino.   O prefeito também teve expressiva queda no segmento com nível superior. Caiu 12 pontos percentuais. Wagner subiu seis. Mas quem subiu mesmo no setor com mais escolaridade foram votos brancos e nulos. Aumentaram nove pontos percentuais em duas semanas.   No recorte por renda, Roberto Cláudio perdeu nove pontos no eleitorado com renda mensal entre dois e cinco salários mínimos. Wagner ganhou quatro. O Capitão cresceu ainda sete pontos entre os mais ricos. RC oscilou negativamente dois pontos.   Entre os mais pobres, tanto o atual prefeito quanto o Capitão permaneceram rigorosamente estáveis. Esse é o segmento que representa maior parcela do eleitorado, com renda de até dois salários mínimos.   FOCO DO DEBATE Na semana que antecedeu a pesquisa, o principal ponto em que Capitão Wagner centrou fogo foi na questão do centro de medicamentos. Ele acusou o prefeito de mentir. A estratégia causou estrago, tanto que Roberto Cláudio dedicou um programa inteiro a desmenti-lo. No debate de domingo, na TV O POVO, o tema voltou. Para além da questão dos medicamentos, o debate de fundo foi sobre a veracidade do que dizem os candidatos. Nesse e em vários outros pontos, os candidatos discutiam sobre quem mentiu e quem falou a verdade. Ambos questionaram mutuamente números apontados, denunciaram mentiras que haveria nos programas. Roberto Cláudio enfatizou direitos de resposta conseguidos para rebater afirmações que seriam falsas.   Conforme O POVO mostrou ontem, os candidatos não chegaram a dizer nenhuma mentira completa. Mas dão interpretações específicas aos fatos. Distorcem levemente a realidade de forma a se favorecer. Usam de meias verdades.   Esse debate se tornou central na campanha, mais que as críticas e as propostas. Isso fala particularmente ao eleitor por se tratar da confiança que se tem no candidato. É uma questão até mais moral que administrativa. Mas esse juízo pessoal que o eleitor faz dos políticos desponta como central na escolha que se faz.    Daí a discussão que se instituiu.  
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