Notas sobre a pesquisa a cinco dias da eleição A diferença entre Roberto Cláudio (PDT) e Capitão Wagner (PR) ficou praticamente estável nas três rodadas de pesquisa O POVO/Datafolha. A diferença era de sete pontos, subiu para oito e agora caiu para seis. Tudo dentro da margem de erro.   A observar apenas a última rodada, em duas semanas Roberto Cláudio subiu dois pontos e Wagner cresceu quatro. O atual prefeito oscilou positivamente dentro da margem de erro. O Capitão subiu fora da margem.   Na pesquisa espontânea, em pouco mais de um mês de campanha, Roberto Cláudio cresceu dez pontos: de 17% para 27%.   Wagner mais que quadruplicou suas intenções de voto espontâneas. Para isso, foi ajudado pelo fato de ser menos conhecido no início da campanha e também por largar muito atrás. Ele passou de 5% para 23%.   Nas intenções de votos espontâneas, Roberto Cláudio e Wagner estão tecnicamente empatados: 27% a 23%. Nas intenções estimuladas, a diferença é de seis pontos percentuais para mais ou para menos. No limite da margem de erro, eles poderiam estar com o mesmo percentual. Mas, segundo o Datafolha, como precisaria um estar com seu percentual máximo, segundo a margem de erro, e o outro estar com o percentual mínimo, a hipótese de empate entre eles é estatisticamente irrelevante. Portanto, não chega a ser mpate técnico. Mas, está no limite para isso.   DIFERENÇA A grande mudança ao longo das pesquisas no primeiro turno foi o aumento da diferença dos dois líderes em relação aos demais. Na primeira pesquisa, em 18 e 19 de agosto, Luizianne Lins (PT) estava três pontos percentuais atrás de Wagner e empatada tecnicamente com ele no segundo lugar. A diferença agora é de 13 pontos percentuais.   Heitor Férrer (PSB) começou 11 pontos atrás de Wagner — candidato mais próximo que precisaria ultrapassar para chegar ao 2º turno. A diferença dobrou: é de 22 pontos agora.   PERFIS DE ELEITOR O Datafolha mostra que a diferença entre Roberto Cláudio e Wagner é menos entre as mulheres. Tanto o atual prefeito quanto o Capitão cresceram nesse segmento ao longo da campanha, enquanto Luizianne caiu. Já entre os homens, os dois líderes nas pesquisas também cresceram, mas quem mais caiu para que eles avançassem foi Heitor Férrer.   Wagner se sai melhor entre os eleitores mais jovens. Seus resultados pioram conforme avança a idade da população. Na faixa de 16 a 24 anos, ele tem expressiva vantagem sobre Roberto Cláudio: 40%, contra 26% do atual prefeito. Possível reflexo da campanha do PR que tem sido mais lúdica e emocional, enquanto Roberto Cláudio tem apostado no formato mais tradicional, que levou às vitórias de Cid Gomes (PDT), Camilo Santana (PT) e dele próprio, em 2012.   Já entre os mais velhos, a situação se inverte. Roberto Cláudio chega a 49%, 30 pontos a mais que Wagner, que tem 19%.   Nas faixas de renda, a diferença entre Roberto Cláudio e Wagner caracteriza empate técnico na maioria delas. É de quatro pontos entre os mais pobres, com renda de até dois salários mínimos, e também entre os que têm renda de dois a cinco salários mínimos.   São os eleitores com maior renda, acima de cinco salários mínimos, que dão vantagem a Roberto Cláudio. Nesse segmento, o prefeito tem 36% das intenções de voto. Wagner tem 14%.   É nesse segmento de maior renda que Heitor Férrer se sai melhor. Chega a 19%, cinco a mais que Wagner e quatro a mais que Luizianne, que tem 15% entre os mais ricos.