O candidato à Prefeitura de Fortaleza Ronaldo Martins (PRB) prometeu que manterá apoio à Parada pela Diversidade Sexual de Fortaleza, que acontece há 16 anos na cidade. Martins é pastor licenciado da Igreja Universal e tem candidatura ligada a segmentos  religiosos.    A declaração foi dada ontem durante sabatina realizada pela Rádio  O POVO/ CBN. Perguntado se manteria apoio ao evento, conhecido popularmente como Parada Gay, ele disse que sim, “sem nenhum  problema”.    “Todos os eventos que estão no calendário oficial de Fortaleza, caminhada com Maria, Marcha pra Jesus, nós temos que apoiar, independente do que for”, afirmou o candidato, garantindo que irá governar para todos.     “Ontem, para você ter ideia, me receberam muito bem na (comunidade) Rosalina. O pessoal de um terreiro de umbanda me convidou, abracei a todos”, contou.     Sobre ausência de propostas em seu programa voltadas para segmentos marginalizados, como homossexuais e negros, Martins respondeu que “Fortaleza tem que ser igual para todo o mundo”.    “Se uma pessoa for discriminada por causa da sua opção sexual, eu que vou pra cima, não vou aceitar isso”, disse.   O candidato chegou a se exaltar em um momento do debate, pedindo para que os jornalistas convidassem um representante da igreja para falar sobre religião. “Não influencia em nada a religião (na sua candidatura). Não estamos falando de montar uma igreja, mas administrar uma cidade.”     Guarda Municipal   Outro ponto controverso foi a opinião do candidato sobre o armamento da Guarda Municipal. Ele garante o armamento da categoria, mas critica proposta do opositor Capitão Wagner (PR), que, além de armar os guardas, quer colocá-los fazendo segurança dentro dos ônibus e nas paradas.    “O Capitão Wagner hoje está defendendo que vai colocar a Guarda nos ônibus. São 2.000 homens (na Guarda) e são 2.000 ônibus e também 300 vans de transporte alternativo. Nós tínhamos que ter pelo menos 8.000 homens”, argumentou.    Para ele, não se pode “desvirtuar a função da Guarda”, que deve cuidar do patrimônio do município. “Nós vamos preparar, capacitar a Guarda para isso”, defendeu.    Ronaldo Martins respondeu ainda a questionamentos sobre “contradição aparente” da defesa do armamento com a sua posição de pastor protestante. “Não tem nada a ver, não, justiça é justiça”, disse.     O candidato também falou sobre sua promessa de acabar com os terminais de ônibus. De acordo com ele, a ideia não é simplesmente desfazer os equipamentos, mas “redesenhar as linhas de ônibus até não serem mais necessários os terminais”.     Para isso ser possível, ele diz que quer reestatizar o transporte público “porque as empresas de ônibus é que estão decidindo as linhas”. “Nós precisamos retomar o transporte público à Prefeitura”, disse.    A ideia também é defendida pelos candidatos João Alfredo (Psol) e Francisco Gonzaga (PSTU).    Outra polêmica de Martins é acabar com as secretarias regionais e criar ouvidorias em todos os 119 bairros.    Ele diz que isso estaria unido ao enxugamento da máquina pública. Segundo o candidato, o corte de gastos se ligaria à diminuição de funcionários terceirizados e comissionados.   Cada ouvidoria, acrescenta ele, seria construída em prédios públicos já existentes nos bairros, e os funcionários seriam concursados vindos das antigas regionais. “Nós precisamos enxugar a máquina pública. Para isso, vamos descentralizar as regionais.” Além dos servidores efetivos responsáveis por cada ouvidoria, cada bairro teria um conselho formado por sete moradores, que não receberiam salário.     O entrevistado de hoje pela sabatina da Rádio O POVO/CBN é o candidato Capitão Wagner (PR). A série termina amanhã, com o prefeito e candidato à reeleição Roberto Cláudio (PDT).       SERVIÇO       Sabatina com os candidatos à Prefeitura   Quando: hoje, 22 de setembro Onde: Rádio O POVO/CBN (95,5) e Facebook da Rádio O POVO/CBN Entrevistado: Capitão Wagner (PR)   O POVO online       Assista à entrevista em:   www.facebook.com/opovocbn/videos/      SAIBA  MAIS       Antigo aliado do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Ronaldo Martins (PRB) votou no peemedebista para presidente da Câmara. Depois, votou pela cassação do deputado, que perdeu o mandato no último dia 12, por 450 votos contra 10.   Questionado sobre o porquê de ter mudado de ideia e sobre uma possível traição, respondeu: “Não há traição, há justiça.   Independente de quem quer que seja, cometeu um crime, além de perder o mandato e ir para a cadeia. E o próximo passo é da Justiça, de colocar ele na cadeia”. Segundo ele, mesmo que fosse alguém do seu partido, ele votaria pela Cassação.     Segundo Ronaldo Martins, ele votou pela eleição de Eduardo Cunha porque essa foi a posição definida pelo partido nacionalmente e que não desconfiava do envolvimento dele em corrupção. “Eu votei porque era o nome que o nosso partido havia escolhido, nem imaginava que ele estava envolvido na corrupção da Petrobras.”      ENTREVISTADORES     Maisa Vasconcelos   Mediadora e apresentadora do programa Revista O POVO/CBN   Guálter George   Editor-executivo do núcleo de Conjuntura do O POVO     Ítalo Coriolano   Editor-adjunto do núcleo de Conjuntura do O POVO      Selma Vidal   Editora-chefe da Rádio O POVO/CBN