O cenário montado   O fim de semana trouxe as últimas definições importantes sobre a sucessão em Fortaleza. Os candidatos e suas alianças estão praticamente consolidados. Os principais partidos já têm lado. A fase agora será de escolha dos concorrentes a vice-prefeito. O assunto foi abordado no O POVO de domingo (leia acessando estes links: http://bit.ly/vices01 e http://bit.ly/vices02).   O apoio do PMDB ao deputado estadual Capitão Wagner foi a última definição entre os grandes partidos. Ao reunir PMDB e PSDB ao seu lado, o candidato do PR estabelece um segundo grande bloco. Tenta assim se contrapor ao prefeito e candidato à reeleição Roberto Cláudio (PDT), cuja aliança é composta por quase duas dezenas de pequenos e médios partidos. Wagner e Roberto Cláudio, conforme a coluna tem apontado (leia acessando este link: http://bit.ly/blocosfortal) formam os dois grandes blocos dessa eleição.   Não quer dizer que necessariamente essa vantagem vá se refletir em intenções de voto. O eleitor, sobretudo em Fortaleza, pauta-se por parâmetros que nem sempre têm a ver com estrutura e tamanho da aliança. Mas essa dianteira, pelo menos, os dois candidatos têm.   Logo abaixo, Heitor Férrer (PSB) e Luizianne Lins (PT) são forças secundárias. Juntou-se a eles, no último fim de semana, Ronaldo Martins (PRB). É o bloco intermediário.   O VOTO DA CENTRO-ESQUERDA MODERADA Luizianne concorre por um grande partido, ainda que em crise aguda. Ronaldo disputa por um partido médio. Assim como Heitor, que tem o reforço da Rede Sustentabilidade. Luizianne e Heitor disputam um campo próximo. O eleitorado de centro-esquerda, moderadamente progressista. É um eleitor que não tradicionalmente vota em Wagner. E que também não é de Roberto Cláudio, em princípio. Embora o prefeito aposte em ações de mobilidade sustentável, sobretudo, na tentativa de atraí-lo. Esse campo de centro-esquerda moderada se prenuncia como o mais disputado dessa eleição.   O VOTO CONSERVADOR Capitão Wagner, oriundo da área policial, tem mais dificuldade de falar com esse eleitor mais à esquerda. Porém, como tem discurso forte na defesa dos servidores públicos, acaba se aproximando desse segmento.   Porém, Wagner é dos poucos candidatos que potencialmente fala aos eleitores mais à direita. O segmento tem crescido, mas não tem alternativas assumidamente conservadoras entre os candidatos. Caso seja mesmo candidato, o deputado Ely Aguiar (PSDC) também pode entrar nessa faixa com discurso voltado para segurança e mais conservador.   Ronaldo Martins fala a esse eleitor, mas pelo campo religioso. É perfil de candidato que raramente vence, mas sempre tem desempenho significativo. Capaz de influenciar o resultado final.   A SURPRESA A definição de João Alfredo como candidato do Psol é das poucas surpresas da eleição. Havia expectativa de que concorresse Renato Roseno, único deputado do partido no Estado. Renato tem dez anos de disputas eleitorais. João, três décadas. Já foi deputado estadual, federal e candidato a governador. Se Roseno surgiu como uma das principais novidades da política local na última década, João representa a tradição da esquerda. O velho PT. E, também, ênfase no discurso ambiental. Deve travar boas polêmicas com Roberto Cláudio.   Tin Gomes (PHS) não deixa de ser uma surpresa. Aliado do bloco Ferreira Gomes desde a chegada de Cid ao poder, em 2006, ele agora abre dissidência. O PSTU também não retoma a frente de esquerda que formou em outros tempos com Psol e PCB. Irá para a disputa com Francisco Gonzaga.