As consequências de um novo governo, mesmo que interino, para as relações políticas locais ainda são incertas e muitos parlamentares cearenses estão aguardando o desenrolar das discussões em nível federal para poderem tomar algum posicionamento mais concreto. Partidos que outrora apoiavam a gestão do Partido dos Trabalhadores (PT), hoje, já se alinham com o governo Temer, enquanto que outros tendem a ser oposição.   Com essas modificações no quadro político nacional, líderes políticos do Ceará tendem a seguir orientações vindas de Brasília. Aqui, por exemplo, PSD e PMB fazem parte de um bloco político que tem oito deputados na Assembleia Legislativa e um na Câmara Federal, 30 prefeitos e mais de 200 vereadores. Já o PDT integra um grupo no Legislativo Estadual que tem em sua composição PEN e PP, o mesmo PP que votou, em sua maioria, pelo impeachment de Dilma Rousseff, e que agora faz parte da gestão de Temer.   O deputado Roberto Mesquita (PSD), quando questionado sobre a situação do bloco do qual faz parte, disse que, com a queda do governo da presidente Dilma, as acomodações que surgirem em nível federal vão dar o tom das relações no Ceará. O partido, que era da base da presidente Dilma e agora é aliado de Michel Temer está coligado, no Ceará, com o PMB, até então independente em nível federal. "Como o PSD vem? Aliado do PMB? Vai ficar com o Governo do Estado? Aqui nosso partido é aliado do governo, inclusive, com secretário", disse Mesquita.   Bloco 'fortalecido'   De acordo com a presidente do PMB no Ceará, a prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, o bloco PMB/PSD na Assembleia Legislativa permanece fortalecido, bem como no restante do Estado, com 30 prefeitos, 200 vereadores e oito deputados estaduais, além de um deputado federal. Conforme informou, a orientação da presidência do PMB para o momento atual é ter calma diante os desdobramentos do governo interino de Temer. "O PMB, teoricamente, está na linha da independência por enquanto", destacou.   Domingos Neto, presidente do PSD no Ceará, disse que as discussões em nível federal não devem influenciar na relação entre as duas legendas, visto que ambas as siglas já tinham decretado aliança com o governador Camilo Santana.   Presidente do PDT no Ceará, André Figueiredo também garantiu que o posicionamento do PP, em nível federal, não deve influenciar na relação com a sigla pedetista no Estado. "No Ceará, o PP é aliado do PDT e do governador Camilo Santana. Aqui o Partido Progressista tem uma postura diferente da nacional. Somos aliados do PP não somente no Ceará, mas em outros estados também", disse.