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Terça, 26 Abril 2016 05:22

Coluna Politica

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AMEAÇAS DO CRIME E O IMPERATIVO DE AVANÇAR A notícia de que o governador Camilo Santana (PT) foi ameaçado traz uma notícia boa e outra muito ruim. E traz desafios evidentes para o futuro próximo. Além da ameaça da qual falou Camilo, já havia ocorrido ameaça – até mais direta – à Assembleia Legislativa. Com as estruturas de telefonia e unidades policiais, os criminosos têm ido além das ameaças. Os ataques têm sido sistemáticos. A boa notícia é que o crime está incomodado. Reage de forma organizada, como nunca no passado recente, porque as políticas do Governo do Estado têm sido capazes de criar dificuldades para criminosos. Sobretudo a lei para que operadoras bloqueiem sinal de telefonia nas penitenciárias. Durante muitos anos, talvez décadas, o poder público se mostrou incapaz de criar obstáculos reais aos grandes criminosos. O grosso das detenções muitas vezes se restringiu aos responsáveis pelos pequenos delitos ou os que atuam na ponta. São facilmente repostos pelo crime. E, quando conseguem prender quem manda, eles seguem comandando de dentro das penitenciárias – coisa que o próprio governador reconheceu, nas primeiras semanas de mandato (leia a respeito acessando este link: http://bit.ly/presidiosce).   Essa possibilidade de comando à distância fica seriamente ameaçada por uma medida muito simples, mas inexplicavelmente sempre adiada no Ceará. O bloqueio dos celulares em presídio compromete a cadeia de comando. Transforma a prisão dos cabeças, realmente, em problema para o crime. Hoje, a detenção é até sinal de status para os que se iniciam. E, para quem está no topo da estrutura de mando, não representa dificuldades à continuidade do exercício do poder. As ameaças apontam que, fazendo o óbvio, o governo finalmente acertou em cheio. A simplicidade costuma ter resultados sempre melhores que os da pirotecnia. Por isso, é imprescindível que não haja recuo. Que as medidas anunciadas sejam efetivadas. Que Camilo cumpra seu compromisso e não se dobre.   O lado ruim é óbvio: a ousadia do crime, que tem o atrevimento de ameaçar as principais autoridades do Estado e de atacar o aparato de segurança. A esse respeito, não basta ao governo manter-se firme nas políticas adotadas. É necessário reagir às ameaças e agressões. Dentro da lei, claro. Mas os responsáveis precisam ser identificados e punidos. A resposta governamental, nesse sentido, tem deixado a desejar, salvo casos pontuais. É necessário firmeza e mostrar isso à sociedade. Com ação além do discurso.   Mas, pelo contrário, a comunicação oficial chega a afirmar que nem tomou providências de segurança após as ameaças ao governador. Espero que seja jogo de cena – ruim, diga-se – para a plateia. Caso contrário, será de incompetência extrema dos responsáveis por resguardar a integridade do chefe do Executivo estadual.  
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