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Jornalistas são agredidos durante manifestação - QR Code Friendly
Sexta, 25 Mai 2012 05:47

Jornalistas são agredidos durante manifestação

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  Em mais um dia de protestos dos trabalhadores da construção civil, em greve desde o dia 8 de maio, dois jornalistas, um do O POVO e outro do Diário do Nordeste, foram agredidos por manifestantes enquanto trabalhavam. O fato aconteceu durante passeata dos grevistas em direção à Assembleia Legislativa do Ceará, na Avenida Desembargador Moreira. O repórter fotográfico do O POVO foi atingido com chutes e socos na cabeça e nos braços. Ele só não ficou com lesões graves porque logo foi socorrido pelos colegas de reportagem, que chegaram de carro para buscá-lo. O repórter estava a 30 metros do carro da reportagem, registrando a manifestação, quando um grupo de motociclistas parou. Parte saiu para agredir o carro do Diário do Nordeste. O vidro do carro foi quebrado e o fotógrafo foi esmurrado. Em seguida, dois homens tentaram tomar a câmera do repórter do O POVO, que, ao impedir que o equipamento fosse levado, foi atingido por chutes e socos. Ele não conseguiu fotografar seu agressor, que fugiu. O POVO decide não publicar os nomes dos dois profissionais agredidos para preservar a integridade física deles. O fato foi repudiado pelos principais órgãos ligados à imprensa do País e do Ceará. Para o diretor executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, as agressões são uma “atitude criminosa”. “É um absurdo que operários agridam trabalhadores da imprensa enquanto estes trabalham. É uma demonstração de intolerância, de autoritarismo. Quando se tenta impedir o trabalho de um jornalista, está se atentando contra o direito da sociedade de ser informada”, afirmou. A presidente do Sindicado dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce), Samira de Castro, também repudiou a ação. “É a quarta agressão dos trabalhadores da construção civil a jornalistas”, disse, referindo-se à violência contra os fotógrafos do O POVO e do Diário do Nordeste e também ao fato envolvendo dois repórteres da TV Cidade, logo no início das manifestações. “Infelizmente, todas as tratativas com o comando da greve não têm surtido efeito, pois o grupo alega que não tem controle sobre os manifestantes. De qualquer forma, vamos insistir que os trabalhadores da imprensa sejam respeitados”, disse Samira. Em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindjorce emitiu uma nota de repúdio à violência. O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) também divulgou nota de repúdio contra as agressões. Informou ainda que já foram registrados 118 boletins de ocorrência contra os trabalhadores grevistas, por depredação, invasão de propriedade privada e agressão a funcionários. A greve é liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza, entidade ligada à Conlutas. Procurada, a assessoria de imprensa do sindicato informou que os dirigentes iriam apurar o que aconteceu. ImpasseCom as negociações suspensas desde o início da greve, o impasse sobre o reajuste chegou ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 7ª Região, que definirá o percentual por dissídio coletivo. Os trabalhadores exigem reajuste de 17%. Sem o acordo, os grevistas começaram a atacar canteiros de obras onde ainda há operários trabalhando. Uma liminar do TRT determinou, esta semana, que o grupo não proteste perto de canteiros nem cometa atos de violência, sob pena de multa. (Kamila Fernandes e Teresa Fernandes)
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