Os deputados estaduais retomam hoje as rotinas de plenário na Assembleia Legislativa. E o primeiro desafio será a análise de proposta do Governo que viabiliza a entrada de agentes sanitaristas em imóveis com grande probabilidade de serem focos do mosquito aedes aegypti. É um esforço contra dengue e (já aportuguesando aqui), chicungunha e zica, necessário e indispensável. Mas há divergências sobre a medida - há quem ache que a força ameaça o direito do cidadão à privacidade do domicílio; há quem ache que a força preserva o direito do cidadão à saúde.
Eis a questão
Não se deve esperar que haja grandes divergências entre parlamentares de oposição e situação sobre esse tema. Afinal, existe uma demanda extremamente grave, já configurada ao longo dos anos pelos estragos que o mosquitinho tem feito na saúde das pessoas - com casos de morte e, mais recentemente, de microcefalia. O que deve haver, isso sim, é o questionamento do porquê a situação ter chegado ao nível em que está.
Para trás
Aliás, um aspecto precisa ser analisado pela vigilância sanitária no caso do aedes aegypti. São os imóveis de veraneio, que não são efetivamente fechados, já que costumam ser usados em fins de semana ou quinzenalmente. Sítios e casas de praia têm imenso potencial para o mosquito, que tem ciclo até 10 dias entre a eclosão do ovo e o amadurecimento na forma adulta. E tem gente que tranca a casa, volta à cidade e dá as costas ao problema.
"A epidemia que se instalou é apartidária. É uma crise que representa um agravamento para todo o setor de saúde"
Deputado Carlos Felipe (PCdoB)
Sobre as cotas de responsabilidade que cabem a todos