Políticos cearenses repercutiram a pesquisa realizada pela organização Transparência Internacional, divulgada, ontem, na Alemanha. Conforme o estudo, de uma escala de 0 a 100, o Brasil obteve 38 pontos, longe da máxima de um país livre de corrupção. O estudo aponta que, em 2015, o Brasil ficou em 76º em uma lista de 168 posições. Em 2014, o Brasil figurava na 69ª colocação com 43 pontos.
O deputado federal Cabo Sabino (PR), que apresentou na Câmara dos Deputados projeto de lei em que torna hediondo o crime de malversação de recursos públicos, salienta que o combate à corrupção no Brasil, precisa avançar. “Vamos inibir essas ações delituosas, tendo em vista ser um crime contra a nação”, pontua.
deputado federal cabo sabino na foto de agencia camara
Cabo Sabino argumenta que o impacto da corrupção na arrecadação é bilionário e prejudica a vida de todos os cidadãos. “A corrupção em nosso país tem sido um câncer, em todas as esferas ela tem se alastrado, fazendo com que o País deixe de arrecadar, anualmente, R$ 67, bilhões. Então, estamos fazendo com que esse crime não possa ser comum, de alguém que comete e amanhã já está nas ruas”, afirma.
O republicano salienta que, para coibir os crimes contra o patrimônio público, é necessário ter leis mais rígidas. “O crime de corrupção não acontece contra uma única pessoa, mas contra a população de uma maneira geral. Aquilo que afeta a coletividade tem que ser considerado um crime hediondo, principalmente a corrupção, cometida seja por quem for, por entes públicos ou privados. Se foi crime de corrupção contra a União, Estado, tem que pagar como sendo crime hediondo”, salienta.
“Mar de lama”A deputada estadual doutora Silvana (PMDB) avalia que a corrupção levou o Brasil a um “mar de lama”. A operação Lava Jato, segundo ela, mostra que o problema fugiu ao controle do atual Governo Federal. “Acho bestial e infantil essa história de dizer que se sabe dos casos de corrupção, porque está se investigando”, critica.
Silvana pontua que o Brasil nunca esteve em uma crise “tão perversa”, no que diz respeito à ética na política. A parlamentar lembra que o que levou o País a atual crise econômica foi má administração e corrupção. “Eu só tenho a lamentar porque gosto muito de política. As pessoas precisam aprender a escolher representantes melhor para o País”.
Lava JatoConforme o diretor regional de Américas da Transparência, Alejandro Salas, o relatório credita a queda em sete posições do Brasil, em função da descoberta da Operação Lava Jato, com o aprofundamento da crise econômica brasileira. De acordo com a organização, o País “foi atingido pelo escândalo da Petrobras, no qual políticos são acusados de receber propina em troca de contratos públicos. A economia foi triturada e dezenas de milhares de brasileiros já perderam seu emprego. Esses trabalhadores desempregados não são os responsáveis pelas decisões corruptas, mas são aqueles obrigados a viver com suas consequências”, pontua o diretor da organização.
Na mesma linha avalia o deputado federal Danilo Forte (PMDB). “Infelizmente essa pauta moral e ética está muito acirrada em função do aprofundamento das investigações, no que diz respeito a operação Lava Jato.“O sentimento da população é muito forte com relação à Petrobras, porque ela é custo do sacrifício do povo brasileiro, que, agora, está ferido”, pontua.