Deputados afirmam, em entrevista ao Diário do Nordeste, que seus partidos já estão tomando providências para filtrar seus candidatos a prefeitos e vereadores e evitar que incorram na Lei da Ficha Limpa, pedido reiterado pelo procurador regional eleitoral Márcio Torres. Na última quarta, o procurador reuniu-se no Ministério Público com representantes das siglas para exortá-las a firmar um pacto visando, além da Lei da Ficha Limpa, o cumprimento da cota de candidaturas femininas.
Segundo o deputado Sérgio Aguiar, o PSB no momento está fazendo um levantamento de quem são os seus pré-candidatos a prefeitos e vereadores em todo o Estado para que a lista seja examinada pelos advogados do partido. "A assessoria jurídica do PSB vai indicar os requisitos que serão operados para que possamos barrar, ainda dentro do partido, aqueles candidatos que tenham algum problema junto à Justiça", disse Aguiar.
Ficha limpa
O PDT, conforme o deputado Heitor Férrer, "já vem pedindo a seus pré-candidatos todos os documentos referentes a certidões negativas, indo ao encontro do procurador Márcio Torres, para que o partido já faça o seu papel de filtrar as candidaturas e deixar passar apenas os considerados ficha limpa", afirma Heitor.
O PT, de acordo com o deputado Antônio Carlos, "sempre teve estruturas muito fortes de formação e escolha dos seus candidatos. Sempre temos o cuidado de que o militante tenha uma conduta idônea. Nestas eleições, o partido vai apresentar à sociedade, como sempre, nomes que têm serviços prestados, história de luta e conduta ilibada".
Danniel Oliveira afirma que também o PMDB já vem selecionando seus candidatos com base na Lei da Ficha Limpa. "Hoje há uma comoção popular em relação a essa lei. Não acredito mais, principalmente depois da decisão do STF validando-a, que pessoas que tenham problemas que tipifiquem a ficha suja consigam a candidatura. Nosso presidente Eunício Oliveira tem dito e repetido que vamos analisar nossos candidatos. Se a população precisa analisar a vida pregressa dos candidatos, é importante que os partidos façam a mesma coisa".
No PSDB, diz o deputado Fernando Hugo, apresentar ao eleitorado candidatos de ficha limpa é "coisa de primeiríssimo interesse no partido. Não há na história do PSDB protecionismo de nomes que estejam maculados na vida pública".
Cota
Os deputados acima afirmam ainda que seus partidos estão prontos para preencher a cota mínima de 30% de candidatas. "O PSDB é um partido que tem um movimento grande de mulheres, mui principalmente nas grandes cidades", diz Fernando Hugo. Sérgio Aguiar destaca encontro realizado pelo PSB em Pernambuco um encontro com as candidatas do partido.
O PMDB também incentiva candidaturas femininas, segundo Danniel Oliveira. Já Antônio Carlos salienta que o PT foi o primeiro a instituir internamente a reserva de 30% dos cargos de direção para mulheres. Heitor Férrer é o único a ter restrições à cota, que ele julga discriminatória. O PDT, no momento, não conta com um número de candidatas que preencham os 30%, reconhece Heitor.