A tendência vista durante o período eleitoral ganhou força após os últimos pleitos. As redes sociais têm sido ferramentas cada vez mais utilizadas por políticos com atuação tanto no Legislativo quanto no Executivo. Pelo que se percebe, os principais agentes políticos com mandatos no Executivo mantêm sempre perfis atualizados, assim como também se comportam, diversos parlamentares na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal e, até mesmo, no Senado da República. O objetivo é ter maior aproximação com a população, expor suas atividades, opiniões e abrir debates.
O governador Camilo Santana (PT), por exemplo, desde a campanha, utiliza a ferramenta como canal direto com seus seguidores. Antes mesmo das informações serem divulgadas por sua assessoria, fotos e trechos da discussão são publicadas pelo governador em seu perfil no Facebook.
Segundo o porta-voz do Governo, Tiago Cafargo, as atualizações são realizadas pelo próprio Camilo e, caso a agenda seja extensa, a assessoria até escreve os textos, em primeira pessoa, mas antes de publicar pede autorização de Camilo. “Só atualizamos com a autorização dele (Camilo Santana)”, afirmou. Com cerca de 61 mil seguidores, a página é atualizada diariamente. Em alguns casos, mais de uma vez por dia.
O ex-governador Cid Gomes (PDT) também adotava o modelo. Cid, inclusive, muitas vezes, “furou” sua assessoria, divulgando as ações do Governo nas redes sociais. Em um dos casos mais significativos, ele chegou a divulgar reforma no secretariado pelo perfil oficial no Facebook. Também era rotina do então governador, conversar com internautas, respondendo questionamentos através de Twitter, inclusive com transmissões de vídeo. Fora do poder, Cid reduziu o ritmo de postagens mas, mesmo assim, o ex-ministro possui mais de 100 mil seguidores.
Eleição
Há menos de um ano para as eleições municipais, muitos candidatos já estão presentes nas redes sociais. Isso porque as mídias sociais não podem mais ser desprezadas nas estratégias devido ao vertiginoso crescimento do número de internautas no País. A presença do prefeito Roberto Cláudio, candidato à reeleição, nas redes também se dá por meio de perfil no Facebook.
Com 57.011 seguidores, a página não possui uma atualização diária, assim como o governador Camilo Santana, mas publica informações sobre o efeito de sua gestão e costuma compartilhar fotos oficiais de sua agenda política. No vídeo de apresentação, RC diz que a página servirá para ficar mais perto e ouvir a demanda da população.
“A partir de hoje, começo oficialmente a utilizar este espaço importante, democrático, para estreitar minha relação com você (internauta) e com a cidade (...) vou mostrar maquetes de projetos, atualizar status de obras em andamento”, disse RC em vídeo de divulgação da página institucional da Prefeitura, que prometeu lidar “pessoalmente” com o perfil no Facebook.
Os candidatos ao Legislativo municipal também compartilham sua demanda nas redes sociais, assim como os vereadores em atuação, caso do vereador João Alfredo (PSol). Sua presença, por exemplo, se dá por meio de página – não perfil, como outros políticos.
Embate
Além de se aproximar do eleitor, alguns políticos usam as redes para travar embates. O caso mais recente envolve o senador Eunício Oliveira (PMDB) e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) com troca de vídeos e compartilhamento de notícias negativas. Desde as eleições de 2014, os ex-aliados trocam acusações.
Análise
Para o professor do Departamento de Ciências Sociais, Uriban Xavier, é essencial que os políticos se posicionem nas redes. “Com um perfil, ele pode se posicionar, divulgar suas ações de Governo e desmentir boatos que circulam, assim como de forma direta dialogar com seus eleitores”, diz o cientista político. Ele afirmou que a presença das figuras públicas nas redes é uma tendência crescente.
O objetivo, segundo ele, é mais proximidade aos eleitores e, com isso, adquirir suas devidas confianças, diante das disputas eleitorais. “No caso do Governo, é uma ferramenta para ter um feedback do público. Uma forma muito mais eficiente mais do que o clipping do que saiu na mídia. É mais próximo e muito mais fiel. Antes, era uma interpretação”, explicou.