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Deputado diz que reforma política irá “calar” partidos - QR Code Friendly
Quinta, 03 Setembro 2015 06:04

Deputado diz que reforma política irá “calar” partidos

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  O deputado Renato Roseno (Psol) teceu, ontem, duras críticas na tribuna da Assembleia Legislativa, sobre o início da votação da reforma política no Senado Federal, nesta semana, classificando-a como “antirreforma” e que deverá tentar “calar” a voz de partidos programáticos, ideológicos como Psol, PSTU e PCB. De acordo com o parlamentar, 70% dos deputados federais eleitos no último pleito foram financiados por 10 grandes empresas, ressaltando ser porcentagem maior do que o quórum necessário (308) para mudar a Constituição. Segundo Roseno, se perpetuará, na política brasileira, a constitucionalização do financiamento privado de campanha, o que dá origem, segundo avalia, à corrupção nas gestões públicas. De acordo com Renato Roseno, se a proposta for aprovada, o acesso de representantes de partidos considerados pequenos a debates vai ser reduzido, assim como o tempo destinado à propaganda eleitoral na TV. “O Congresso deve aprovar medidas que, se estivessem em vigor nas eleições passadas, por exemplo, me impediriam de estar aqui, me impediriam de ir aos debates. O Senado deve aprovar alterações da legislação eleitoral que reduzirão o nosso chá de minuto e vergonhoso tempo de TV na faixa de 50 segundos para 10 segundos”, lamentou o parlamentar, ao avaliar os impactos das medidas que devem ser aprovadas. “É importante que as pessoas, sobretudo, que votaram na frente de esquerda (Psol, PSTU e PCB, compreendem a necessidade de atuação de partidos programáticos e ideológicos, pois está surgindo no Congresso, uma antirreforma política. Constitucionalizaram o financiamento privado de campanha, muito orientado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), acrescentou. O parlamentar destacou ainda a mesma bancada que vai votar a reforma política, foi, em grande parte, eleita pelas grandes corporações e frisou que o quórum qualificado é de 308 deputados, e que as grandes 10 grandes empresas do País, entre elas, JBS Friboi e Odebrecht, elegeram, no ano passado, 360 deputados federais. “Há, indiscutivelmente, uma crise política na sociedade brasileira, crise de representatividade, que toda a população perca qualquer esperança e confiança nas instituições políticas”, pontuou. Portanto, para Roseno, o escândalo da Lava Jato é tão única e, “exclusivamente”, retrato de uma lógica e de um tripé que reúne empreiteiras que querem contratos superfaturados; parlamentares que fazem a intermediação de tais contratos; e dos gestores públicos. “Esse tripé é azeitado por milhares de reais para os caixas de campanha e de propinas nos anos eleitorais”, rechaçou. Pressão Ainda para Renato Roseno, o País necessita de uma real reforma política democrática, que só vai acontecer com pressão das ruas. “Não vai ser esse Congresso atual que vai melhorar o nosso sistema político, porque precisamos de uma pressão externa. Vamos continuar a nossa cruzada e a nossa luta por uma reforma política que não cale a voz dos dissidentes”, pontuou o parlamentar.
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