O senador Eunício Oliveira (PMDB), em entrevista exclusiva ao jornal O Estado, teceu duras críticas ao grupo político liderado pelos irmãos Ferreira Gomes e o classificou como “predadores profissionais de partidos”, em razão do grupo, em setembro, deixar o Pros, o esvaziando, para ingressar no PDT.
“São os predadores de Partido. Esse é o oitavo ou nono partido que eles passam e os destroem. Então, são predadores de partidos profissionais. Vai fazendo esse jogo em cada eleição, enganando o eleitor, mentindo para a população e fazendo o posicionamento diferente daquilo do que eles prometeram”, criticou o peemedebista.
Para o senador da República, a decisão dos irmãos Cid e Ciro Gomes e dos demais correligionários de mudar de partido, passa longe de ser interesse da sociedade, mas de interesse pessoal, para conquistar o poder. “São pessoas que fazem políticas por interesse pessoal, que não têm nenhum compromisso com a sociedade e mente para a população”, rechaçou.
Ciro à Presidência
Na última sexta-feira (20), em reunião na Assembleia Legislativa, o grupo cidista e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, sanaram qualquer indefinição, e com a expectativa de dar novos rumos à sigla, aliaram-se em busca de um projeto nacional, que conta com Ciro Gomes candidato à presidência da República.
Ao ser questionado sobre como vê o cenário político, em 2018, tendo como candidato a presidência Ciro Gomes, Eunício foi econômico nas palavras: “prefiro não comentar”, desviou aos risos e acrescentou: “eu não quero me meter em partido dos outros e vou me abster de falar qualquer coisa sobre o futuro do PDT. Mas, o Pros foi criado para o atendimento a essa família. Na próxima eleição, eles já vão estar em outro partido”.
Eunício, no entanto, lembrou as críticas do senador Cristovam Buarque, sobre o futuro ingresso do grupo no Partido Trabalhista. “Eles podem até ter votos, mas não dignifica o partido. Essas palavras não são minhas, mas do professor que é um dos nomes mais respeitados da política brasileira.”
Trânsfugas
Ao finalizar o assunto, o senador criticou o fim da ideologia partidária no País. “Aqui está falando alguém que tem mais de 40 anos no mesmo partido. Portanto, acho que o grande problema da política brasileira são esses trânsfugas, que a cada eleição disputa em um novo partido, sem ideologia, sem compromisso com a população. Diz uma coisa no palanque e faz outra na prática. São batedores de carteiras que saem correndo dizendo: pega ladrão.”
De aliados a adversários
Antes das eleições de 2014, Eunício Oliveira e os Ferreira Gomes eram aliados políticos. Eunício justificou que o rompimento deu-se, após o ex-governador do Ceará, Cid Gomes, decidir não o apoiar na candidatura ao Governo do Estado, naquele ano. Eunício lembrou que, por várias vezes, o PMDB abriu mão do comando das eleições para permanecer ao lado de Cid Gomes. Ao disputar o pleito, contra Camilo Santana (PT), que ganhou o apadrinhamento dos Ferreira Gomes, Eunício foi derrotado, mas ganhando em Fortaleza, um dos colégios eleitorais mais importantes do Estado.
Nos bastidores, a informação é de que Eunício não será candidato a prefeito de Fortaleza, contudo, o capital político conquistado na última eleição, o credencia para eleger um prefeito na Capital. Um novo confronto político ocorrerá em 2016, quando o PMDB e partidos aliados se enfrentarão na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, que terá o prefeito Roberto Cláudio, pertencente ao grupo político de Cid e de Camilo Santana, que deverá disputar o pleito, em busca de reeleição, pelo PDT.