Na última terça-feira, 23, o Plano Municipal de Educação (PME) sofreu alteração na Câmara por causa de emendas propostas pela própria base do governo Roberto Cláudio (Pros). Mesmo com a intervenção do presidente da Casa, Salmito Filho (Pros), e apelo do líder governista, Evaldo Lima (PCdoB), as modificações passaram e excluíram diretrizes sobre diversidade sexual, homofobia e violência sexista. Embora a Prefeitura tenha sofrido derrota, um movimento incomum ocorreu no plenário: a oposição, formada em boa parte por vereadores do PT e Psol, votou a favor do projeto do governo. De outro lado, a base foi quem se voltou contra o Executivo. Na Assembleia, a situação é ainda mais delicada. Antes mesmo de chegar à Casa, o plano estadual já tem causado reboliço entre os parlamentares. A oposição, encabeçada pelo PMDB, se articula para barrar qualquer referência à diversidade sexual do texto do Plano Estadual de Educação. Conforme O POVO publicou na edição de sábado, 27, a deputada Dr. Silvana (PMDB) contou que tem conversado com parlamentares, individualmente, na tentativa de persuadi-los a votar pela exclusão dos trechos relacionados à diversidade. O líder da oposição, Audic Mota (PMDB), concorda com a correligionária. O tucano Carlos Matos também é a favor da supressão dos termos. O líder do governo Evandro Leitão (PDT) e o aliado Sérgio Aguiar (Pros) disseram que não antecipariam opinião até receber o texto. A atitude pode ser sinal de que, mesmo na base, não há consenso sobre apoiar ou não o PEE na íntegra. Se Camilo (PT) quiser que o texto passe sem alterações, deverá convencer os próprios aliados, que são maioria na Casa, e organizar boa articulação. (Isabel Filgueiras)