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Quinta, 03 Mai 2012 06:36

Mais de R$ 1,2 bilhão contra a seca no Ceará

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  “Nossa meta é de que, até o final de 2014, todas as famílias do Estado tenham pelo menos uma fonte de água, quer seja de uma cisterna de placa ou em outro modelo”. A afirmação é do governador Cid Gomes (PSB) na cerimônia de lançamento do Comitê Integrado de Combate à Seca, ontem, no Comando Geral do Corpo de Bombeiros do Ceará. O Comitê é uma iniciativa desenvolvida pelos Governos Federal e Estadual, juntamente com as prefeituras cearenses, para trabalhar ações conjuntas contra os efeitos da estiagem no Ceará. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, presente ao evento, disse que “temos o Ceará como uma referência para todos os estados”. Para o ministro, “a água é a primeira preocupação, e o acesso a ela se dará através da operacionalização dos carros-pipas, perfuração e equipação de poços profundos”. De acordo com os governos, serão R$ 163 milhões para o Seguro Safra – que tem 240 mil inscritos no Ceará –, R$ 24 milhões para o Bolsa Estiagem – onde serão beneficiadas cerca de 60 mil pessoas –, R$ 200 milhões para sistemas simplificados de abastecimento de água e cisternas de placa, R$ 460 milhões na primeira etapa do Cinturão das Águas e mais R$ 426,56 milhões em diversas ações voltadas para a agricultura e abastecimento de água. Somados, esses investimentos representam a ordem de R$ 1,2 bilhão, e serão “ações fundamentais para diminuir o fenômeno social da seca”, disse Cid. Efeitos da estiagemPresente na solenidade, o secretário do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, caracterizou os impactos da estiagem através da queda na produção de grãos no Ceará que, em 2011, foi de um bilhão e 100 milhões de toneladas, enquanto que, para 2012, espera-se uma colheita de apenas 600 milhões de toneladas, o que representa, financeiramente, uma perda de R$ 500 milhões. Outro dado que reproduz as consequências da seca no Ceará é o Índice Municipal de Alerta (IMA), monitorado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará (Ipece), que considera dois aspectos principais: as perdas com a safra e a situação das reservas hídricas no Estado. Segundo o órgão, apenas 28 municípios estão em situação de baixa vulnerabilidade à seca, dos 184 existentes, sendo eles principalmente da região serrana e metropolitana de Fortaleza. Enquanto que 28 distritos são considerados altamente vulneráveis ao atual quadro de estiagem – a maioria deles pertencentes à região do Inhamuns e Sertão Central - e 71 cidades estão em estado de média-alta vulnerabilidade. Além disso, registra-se até o momento a perda de 57% da safra do milho e 51% do feijão e 11 municípios já decretaram estado de emergência, e outros 36 solicitaram algum tipo de auxílio, informou Martins.Para Nelson Martins, os impactos sociais de uma estiagem é muito diferente hoje: “Muita coisa foi e está sendo feita. Toda família residente no Semiárido cearense participa de algum programa social, possui uma aposentadoria rural ou algum outro tipo de benefício. O secretário destacou que o Ceará é o estado brasileiro com o maior número de cisternas construídas, cerca de 108 mil. Exemplo de IsraelSegundo Wagner Gomes, economista e diretor da Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel), as ações emergenciais são necessárias, mas o grande desafio para o País é a criação de políticas públicas inovadoras que possibilitem um desenvolvimento sustentável do Semiárido. “Em Israel, a convivência com a aridez tem por base uma percepção holística sobre as realidades complexas dos ecossistemas e a valorização de conhecimentos, valores e práticas apropriadas ao meio ambiente. No Brasil, temos grandes dificuldades no uso de tecnologias avançadas de irrigação”, pondera ele. O Comitê é formado por 18 membros de órgãos ligados as esferas do poder Federal (Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social, Ministério de Minas e Energia, Secretaria Nacional da Defesa Civil – dois membros) e Estadual (Secretarias do Desenvolvimento Agrário, dos Recursos Hídricos, das Cidades, do Trabalho e Desenvolvimento Social, Segurança Pública, Sohidra, Cagece, Ematerce e Defesa Civil do Ceará); Exército Brasileiro; Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece); Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Fetraece) e Federação da Agricultura e Pecuária (Faec). Os trabalhos serão secretariados pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA). PresençasA solenidade no Corpo de Bombeiros foi prestigiada ainda pelo Secretário Nacional da Irrigação, Ramon Flávio; pelos secretários estaduais, Francisco Bezerra (Segurança Pública), Camilo Santana (Cidades), Arruda Bastos (Saúde), Cel João Vasconcelos (Adjunto da Segurança Pública); pelo Presidente da Ematerce, José Maria Pimenta; pelo líder do Governo na Assembleia, Antônio Carlos; pelos deputados José Guimarães, Carlomano Marques e Bethrose; pela Presidente da Aprece, Eliene Brasileiro, e prefeitos. (Caroline Avendaño, da Redação).
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