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Deputados querem ouvir ex-secretários da Saúde - QR Code Friendly
Quinta, 14 Mai 2015 06:27

Deputados querem ouvir ex-secretários da Saúde

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  Para avançar nas discussões de irregularidades identificadas em hospitais estaduais e municipais de Fortaleza, como superlotação e falta de profissionais e de equipamentos, os deputados estaduais querem ouvir os ex-secretários de Saúde do Estado do Ceará. Carlomano Marques (PMDB) sugeriu que a Comissão de Saúde e Seguridade Social da Assembleia Legislativa convide o ex-secretário Carlile Lavor para esclarecer pontos de sua saída do Governo, dentre elas declarações acerca do funcionamento da saúde. “As explicações do doutor Carlile Lavor são fundamentais para a gente começar a passar a limpo essas estruturas internas, que podem ser a causa de toda a atribulação da saúde no Estado”, defendeu o peemedebista, lembrando que o ex-gestor alegou problemas com outros gestores da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), como motivo de sua renúncia, e não questões orçamentárias. O parlamentar, inclusive, classificou como “preocupante” que o secretário interino, Henrique Javi, tenha sido presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) – organização que hoje administra a saúde pública estadual. Endossando o discurso de Carlomano, o deputado Ely Aguiar (PSDC) solicitou que, além de Carlile Lavor, também seja convidados os ex-secretários Arruda Bastos e Ciro Gomes a comparecer à Assembleia para esclarecer a situação do sistema de saúde, justificando que a crise não começou na atual gestão. “Ela vem se desenrolando há mais tempo, e contou com a participação dos ex-secretários de Saúde, por isso é bom que eles também esclareçam o que aconteceu em suas gestões”, argumentou. Agenor Neto (PMDB), por sua vez, salientou que o objetivo da oposição não é apenas apontar erros, mas levar proposta ao Executivo. “O Governo está fechado e não nos recebe para dialogar. Temos alternativas para a saúde pública do Estado”, frisou, acrescentando que a administração anterior ao invés de reforçar as unidades hospitalares já existentes, optou por construir dois hospitais polos sem pensar no custeio dos novos equipamentos e dos antigos também. “Também queremos saber para onde foi à poupança anunciada de R$ 4 bilhões do Governo”, assinalou, observando que o Estado ainda tem o problema da seca. Defesa Elmano de Freitas (PT), porém, solicitou uma mudança no enfoque das discussões. Para ele, a discussão deve ser voltada para construção de um sistema eficaz. O petista observa que não adianta apenas dizer que os pacientes não estão sendo atendidos. “Essa é uma reclamação que qualquer cidadão de qualquer cidade pode fazer. E não adianta ficarmos repetindo que a rede pública de saúde não presta. É um fato que ninguém nega. Temos que pensar é como melhorá-la”, salientou, criticando a gestão Cid Gomes por ter cortado verbas da saúde destinadas ao interior cearense no início da sua gestão. Contudo, ressaltou a construção de novas unidades de saúde. Ex-secretário de Saúde diz que problema na saúde advém da falta de recursos O ex-secretário estadual de Saúde, João Ananias, declarou que na sua administração fez o possível para que a saúde pública funcionasse a contento, ou seja, atendesse a demanda. Entretanto, reconhece que a problemática na saúde já existia, mas, agora, a situação piorou devido a redução dos repasses, além dos atrasos. “Eu não contribui para o agravamento da saúde pública no Ceará, como é o caso agora, porque sempre fiz o dever de casa, ou seja, lutando em Brasília pela liberação dos recursos e para a minha felicidade eu sempre conseguia”, pontua, minimizando que o problema da saúde pública não é só no Ceará, mas em todo o Brasil. Ananias foi secretário de Saúde na primeira gestão Cid Gomes. “A atual crise da saúde pública no Ceará eu, de plena consciência, não devo nada. Pelo contrário, sempre lutei para que fosse resolvido o problema de escassez de recursos no SUS [Sistema Único de Saúde]”, garante, acrescentando que com apenas 3,8 % do PIB [Produto Interno Bruto], como é o caso agora, não dá para fazer saúde no Brasil. Ananias, porém, não quis comentar a saída de Carlile Lavor, muito menos suas declarações antes de deixar a Pasta.
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