O Partido Social Democrático (PSD) do Ceará não integra mais o bloco do governo do Estado na Assembleia Legislativa. O grupo é formado pelo PT, Pros e PCdoB. A decisão foi confirmada pelo presidente estadual da sigla, Almicy Pinto, que, inclusive, já encaminhou ofício à Casa informando a decisão partidária. O partido elegeu dois deputados estaduais: Osmar Baquit (titular da Secretaria da Pesca) e Gony Arruda, além dos dois primeiros suplentes, que, hoje, estão no exercício do mandato: Leonardo Pinheiro e Professor Teodoro.
Almicy Pinto atribuiu a decisão a problemas relacionados à “falta de diálogo com o governo, ausência de voz dentro do bloco e a necessidade de mais independência em relação ao governo Camilo na AL”. E mandou um recado: “o PSD poderá contrariar o governo, caso a matéria em votação seja contra o pensamento do partido”.
No documento encaminhado ao presidente da Assembleia, deputado Zezinho Albuquerque (Pros), Almicir afirma que, com a decisão, o deputado Leonardo Pinheiro passa a ocupar o cargo de líder da legenda na Casa.
Sem Crise
Já Leonardo Pinheiro é mais cauteloso. Segundo ele, “não existe nenhuma crise com o governo Camilo Santana”, justificando que estaria priorizando as questões partidárias. Atualmente, os planos são dar mais “destaque” ao partido na AL, além de acentuar as ideologias, bem como não se trata de rompimento com a base aliada. Assim como o presidente da legenda, Pinheiro destacou que, nesse momento, os integrantes do PSD preferem ficar livres, para definir suas posições. “Nós consideramos Camilo um governador preparado, humilde e que tem toda a condição de fazer um bom governo. Nós acreditamos nisso”, frisa. Segundo ainda Pinheiro, a decisão também é de entendimento nacional.
Partido Progressista
O fato é que, não é a primeira vez, que a insatisfação que ronda a base aliada vem a público. Nos bastidores, parlamentares manifestam insatisfação com o governo, sobretudo na distribuição de espaço na administração estadual. Muitos não se sentem contemplados.
Quem também anda insatisfeito com o governador Camilo Santana é o Partido Progressista (PP). Inclusive, recentemente o jornal O Estado divulgou a fala do ex-secretário Eugênio Rabelo cobrando promessa de Camilo Santana, durante a disputa eleitoral. Desta vez, o ex-deputado Paulo Henrique Lustosa, que pertencia ao grupo de secretários do governo Cid Gomes, confirmou a insatisfação da legenda com a atual gestão. Segundo relato dele, o partido não se sente contemplado pelo governo petista. “O PP não está satisfeito com a forma como foi tratado na estruturação do governo petista”, disse, acrescentando que, todavia, cabe ao presidente da sigla, o ex-deputado José Linhares, manifestar-se sobre o assunto de forma oficial.