Fortaleza, Terça-feira, 26 Novembro 2024

Pesquisar

Comunicação

Comunicação AL TV Assembleia FM Assembleia
Banco de Imagens Previsão do Tempo Contatos

Programa Alcance

Alece 2030

Processo Virtual

Processo Virtual - VDOC

Legislativo

Projetos / Cursos

Publicações

Login

Oposição é circunstancial e pautada por interesses locais - QR Code Friendly
Segunda, 08 Dezembro 2014 05:07

Oposição é circunstancial e pautada por interesses locais

Avalie este item
(0 votos)
Ex-prefeita da Capital e deputada federal eleita, Luizianne Lins apoia o Governo Federal, mas é opositora da gestão de Fortaleza e do Ceará Ex-prefeita da Capital e deputada federal eleita, Luizianne Lins apoia o Governo Federal, mas é opositora da gestão de Fortaleza e do Ceará FOTO: JOSÉ LEOMAR
  Contraponto à maioria que legitima a atuação de um governo, a oposição exerce o papel de questionar o consenso. No entanto, devido às fragilidades no processo político-partidário, essa minoria que não consegue chegar ao poder acaba tendo um caráter circunstancial, pautado por acordos pré-eleitorais que culminam em coligações. É o que apontam cientistas políticos cearenses. No Estado, a definição da oposição ainda aguarda os próximos passos do governador eleito Camilo Santana e a concretização do secretariado da nova gestão. Apesar de ser a sigla a qual é filiado o próximo governador, o PT apresenta uma divisão estadual que tem a figura da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins como peça central. A maioria da legenda no Estado apoia tanto a Prefeitura de Fortaleza comandada por Roberto Cláudio como o governo Cid Gomes. A ala ligada a Luizianne, no entanto, apresenta arestas à política tocada pela família Ferreira Gomes. Diante do cenário conturbado do PT, o candidato derrotado a prefeito de Fortaleza e deputado estadual eleito Elmano de Freitas, aliado de Luizianne, acena para a possibilidade de diálogo com o grupo ligado a Camilo Santana. Por sua vez, o deputado federal não reeleito Eudes Xavier se afastou da cúpula da Democracia Socialista, a mesma da ex-prefeita da Capital, por divergência na campanha eleitoral. Assim, a postura do PT segue indefinida para 2015. “A vantagem do Camilo é que ele é um sujeito parcimonioso e tem personalidade tranquila. Isso é uma tendência a apaziguar os ânimos e buscar aproximação com o grupo da ex-prefeita Luizianne Lins. A tendência é que essa rusga vá esmaecendo um pouco mais”, opina o cientista político Sérgio Nery, professor da Universidade de Fortaleza. Arestas O PSOL, fundado a partir de cisão do PT, vem se firmando como o partido com representação legislativa que mais tem conseguido fazer oposição nas esferas municipal, estadual e nacional. A agremiação possui dois vereadores na Câmara Municipal de Fortaleza: João Alfredo e Toinha Rocha. Há algum tempo, os dois parlamentares já demonstraram entre si arestas de convivência no Legislativo. Neste ano, o partido elegeu o advogado Renato Roseno deputado estadual. Para Sérgio Nery, pela pouca estrutura partidária, o PSOL é um partido que consegue se desvincular de “laços de interesse e pressão” governista. “Ele atua de forma independente, tem um alinhamento socialista à esquerda e não tem receio de ser oposição, em razão da própria estrutura, e consegue fazer barulho”, declara, comparando a legenda aos primórdios do PT. Outra situação característica da falta de rigidez da fidelidade partidária é a atuação do deputado Heitor Férrer. Mesmo o seu partido, o PDT, sendo aliado da Prefeitura de Fortaleza, Governo do Estado e União, o parlamentar se intitula independente e por vezes atua como oposição ao governador Cid Gomes. Na campanha eleitoral deste ano, o presidente do PDT cearense, André Figueiredo, ameaçou abrir procedimento disciplinar para questionar a atuação de Férrer, que declarou apoio ao presidenciável Aécio Neves. Porém, pela densidade eleitoral do deputado, é improvável que o partido leve adiante qualquer punição ao parlamentar, acredita o cientista político Sérgio Néry. “A fidelidade partidária frouxa permite atuação de um deputado como o Heitor Férrer, que é mais independente”, declara. “Política é segredo. Há coisas que não são ditas e outras que se diz querendo falar outra coisa. Um deputado eleito por uma sigla dificilmente vai ser punido por um partido”, acrescenta. Sérgio Néry explica que o conceito de oposição surge como uma contraposição à maioria vigente. “O regime democrático é basicamente marcado pela regra da maioria. Quando a maioria decide por um candidato de um partido, coloca os outros partidos na oposição”. E completa: “a questão fica mais complexa no cenário político brasileiro em razão das coligações da eleição majoritária e de forma exótica nas eleições proporcionais”. No Ceará, o PMDB tem representado esse contexto das situações exóticas. Maior partido de sustentação do Governo Federal e alinhado por sete anos à gestão Cid Gomes, o partido resolveu se colocar como oposição no Estado em 2014. O ápice dessa atuação se deu com a candidatura a governador de Eunício Oliveira, que, embora coligado ao PSDB de Aécio Neves, declarou voto individual a Dilma Rousseff. Pouco expressiva Na avaliação do cientista político Horácio Frota, coordenador do mestrado em políticas públicas da Universidade Estadual do Ceará (Uece), a postura de oposição do PMDB deve ser pouco expressiva no Estado por conta do alinhamento à União. “O PMDB está no Governo Federal, então não vai mudar, vai continuar em termos federais aliado ao governo. Algumas coisas ele não vai poder fazer. Por exemplo, quando o Estado estiver executando ação de saúde como a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), não pode ser contra. Tem seus limites”, analisa. A doutora em Sociologia Cristina Nobre destaca que, com o início do próximo governo, lideranças peemedebistas podem se aproximar do governador eleito Camilo Santana, mesmo contrariando orientação do senador Eunício Oliveira, presidente estadual do partido. “Para um prefeito é muito complicado não ser afinado com o Governo do Estado. Isso pode levar a uma redefinição do cenário que se tinha na eleição”, aponta. A especialista diz que a oposição é resultado da composição de forças do momento eleitoral, que pode ser momentâneo ou se definir. “A circunstância é a necessidade de vinculação ao Governo Federal. O jogo de forças que aparece. A base de apoio, quando descontente, prende as pautas para não ter votação. Há uma fragilidade político-partidária. Os apoios nem sempre se definem pelas ideias, mas por interesses localizados”, atesta. LORENA ALVESRepórter SAIBA MAIS No Ceará, parlamentares fazem oposição mais isolada do que amparada por decisões partidárias. As posturas das legendas também se alteram a depender dos cenários municipal, estadual e federal nas eleições mais recentes, o Tribunal Superior Eleitoral extinguiu a verticalização das coligações partidárias, que obrigava as legendas a manter a coerência nas alianças desde o âmbito municipal até o federal com a flexibilização das coligações partidárias, o que se presenciou foi uma série de contradições ideológicas nas alianças entre as agremiações
Lido 2359 vezes

Protocolo Digital

PROCON ALECE

Portal do Servidor

Eventos


 

  31ª Legislatura - Assembleia Legislativa do Ceará                                                                         Siga-nos:

  Av. Desembargador Moreira, 2807 - Bairro: Dionísio Torres - CEP: 60.170-900 

  Fone: (85) 3277.2500