Após perder toda a representatividade na Assembleia Legislativa em 2013, Casa que dominou por décadas, o PSDB cearense ganhou novas perspectivas com o resultado da última eleição. Com Tasso Jereissati de volta ao Senado, Raimundo Gomes de Matos, na Câmara dos Deputados e Carlos Matos na Assembleia, o partido começa, ainda que a passos lentos, a se reerguer após o baque sofrido com a saída de diversas lideranças para agremiações menores.
De acordo com Luiz Pontes, presidente estadual do partido, o PSDB-CE está sendo reestruturado com o princípio de filiar apenas pessoas que estejam comprometidas com a agremiação. "Já fui procurado por várias pessoas interessadas em se filiar ao partido, mas algumas não quero, porque usam o partido para se candidatar, como uma coisa descartável", reclamou. Segundo boletim publicado no site do PSDB-CE, foram registradas 320 filiações nos últimos em três meses, o triplo da média anual.
"Antes da eleição, já tinha aumentado (o número de filiações). Agora, depois da eleição, o partido já foi procurado por muitas pessoas, advogados, médicos, no sentido de se filiarem ao partido e desejosos de fazer um trabalho", afirmou Pontes, que já organiza um modelo para disputar as eleições municipais de 2016. "Estamos fazendo um levantamento dos resultados que tivemos no Interior para que a gente já comece a trabalhar numa proposta para 2016, sempre atentos ao que está acontecendo", destacou.
Oposição
Na avaliação do peessedebista, um dos grandes destaques do resultado da eleição foi o volume de votos recebidos por Tasso na Capital, onde somou 676.821 sufrágios, quase 30% de todos que recebeu. "Nós vamos vivenciar um novo tempo do PSDB em Fortaleza", ressaltou. "Em 2016, vamos trabalhar no sentido de apresentar bons candidatos nos municípios. O que nós queremos é ter bons candidatos. Não adianta ter um candidato popular que represente o atraso".
Tanto a nível estadual como a nível nacional, o partido assumirá uma postura de oposição ao governo. No Estado, a agremiação se juntará a outros partidos, entre os quais o PMDB de e o PR, para alinhar o posicionamento crítico ao Governo de Camilo Santana (PT). "Vamos ter reuniões com os partidos de oposição, com Tasso, com Eunício (Oliveira - PMDB) e com Roberto Pessoa (PR) para a gente ter uma discussão do nosso comportamento na Assembleia. Para que se possa fazer oposição ao Governo do Camilo, mas uma oposição construtiva, não a que tivemos no passado".
Para o presidente da agremiação, a oposição é essencial para que seja realizado um bom Governo, desde que não seja destrutiva. "O PSDB, mesmo com toda a força que tinha e com a forte liderança (durante os mandatos de Tasso e Lúcio), nunca se fez a cooptação".