O governador Cid Gomes (Pros) deve tirar, a partir de amanhã, a sua terceira licença em menos de dois meses. O projeto que concede sete dias de licença ao governador começou a tramitar ontem na Assembleia Legislativa e deve ser votado até sexta-feira (21). Diferente das outras duas licenças que foram de interesse político, a última será para tratar de “assuntos de interesse particular”.
Como a licença ocorre em razão de interesses pessoais, o governador não deverá receber seu salário durante o período em que estiver ausente, no caso entre os dias 20 e 27 de novembro. A assessoria de Cid ressalvou que a viagem não será paga com recursos públicos.
O governador deverá tratar dos primeiros detalhes de sua mudança para os Estados Unidos, onde planeja morar, logo após passar o Governo do Estado para o governador eleito, Camilo Santana (PT). Segundo a assessoria, Cid deve embarcar ainda hoje.
Na quinta-feira passada, a Assembleia votou dois projetos dando licenças ao governador. As ações diziam respeito aos períodos de véspera do primeiro e do segundo turno das eleições deste ano, quando Cid se ausentou para trabalhar ativamente na campanha de Camilo. As licenças, no entanto, foram aprovadas, mais de um mês após o governador efetivamente se ausentar do Executivo.
Na ausência de Cid Gomes, quem assume, mais uma vez, o comando do governo é o presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque (Pros). Das três licenças que Cid Gomes tirou, essa é a segunda que Zezinho fica em seu lugar. Na primeira vez quem assumiu o Palácio da Abolição foi o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Luiz Gerardo Brígido, já que Zezinho estava impossibilitado, por, na época, estar em campanha para a sua reeleição à Assembleia.
O Ceará está sem vice-governador desde abril, quando Domingos Filho (Pros) renunciou para assumir a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
“Olha, as duas primeiras foram para questões políticas e essa agora é uma viagem para os Estados Unidos, então não vejo nenhuma anormalidade. No entanto, acho estranho o governador deixar o Estado no instante em que estamos passando um momento de seca muito grande”, comentou o deputado de oposição João Jaime (DEM).