Na semana que antecede o segundo turno da eleição de 2014, os candidatos ao governo do Ceará, Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB), demonstram cansaço e repetição de acusações em debate promovido pelo Sistema Jangadeiro, na tarde de ontem. Usando os mesmos argumentos e “armas”, ambos trocaram farpas e acusações.
O debate foi dividido em cinco blocos e contou com a participação de moradores das cidades de Iguatu, Sobral, Quixeramobim, Crateús, Limoeiro do Norte e Crato que fizeram perguntas sobre geração de emprego, segurança, saneamento básico, educação e combate ao tráfico de drogas.
Sobre a geração de empregos Eunício mostrou como proposta a criação de distritos industriais. “Vou levar o desenvolvimento para o interior, criando os distritos industriais em cada região. As pessoas querem ser felizes onde nasceram e é lá onde vou criar emprego de qualidade e dar oportunidade aos mais de 500 mil jovens que não trabalham e nem estudam no Ceará”, destacou o candidato do PMDB.
Questionado sobre seus planos, caso eleito, para melhor a saúde pública no interior, Camilo prometeu que irá construir um hospital na Região Metropolitana. “Eu, como governador, pretendo construir um hospital na Região Metropolitana em Maracanaú e no baixo Jaguaribe. São hospitais modernos, com UTI, de urgência e emergência. E melhorar as parcerias com hospitais polos e os hospitais dos municípios. Vamos ter uma rede de hospitais e vou também levar as UPAS de urgência e emergência para todos os municípios acima de 50 mil habitantes e juntamente com as policlínicas e UPA’S melhorar o atendimento da saúde do povo cearense”, prometeu o candidato petista.
Acusações
Os blocos de perguntas diretas entre os candidatos foram marcados por acusações. Os temas em debate foram de livre escolha dos candidatos. Eunício acusou Camilo de mentir em suas respostas, em contrapartida Camilo acusou Eunício de não responder as perguntas que lhe eram feitas.
O candidato petista questionou o peemedebista sobre políticas para estimular a produção de energia renovável e limpa no Estado, enfatizando que o adversário não havia respondido anteriormente esta mesma pergunta em um outro debate. Eunício respondeu que daria continuidade nas ações corretas da atual gestão, mas que iria modificar os dados, que segundo o candidato, seu opositor havia modificado para ganhar as eleições.
“Mais uma vez você não responde. Você vai falar de educação e segurança. Eu espero que da próxima vez você responda as perguntas que eu faço que é isso que interessa aos cearenses que estão assistindo”, disse Camilo na réplica.
“E eu gostaria sabe do quê? Que você falasse a verdade. Porque você, para ganhar o voto do eleitor, disse que fez o Maranguapinho e não foi você que fez. Você não trouxe um centavo para o Maranguapinho. No programa Minha Casa, Minha Vida, você não construiu uma casa no Crato, você não fez uma casa em Barbalha. Você fica se vangloriando, quando o governador não é você”, retrucou Eunício na tréplica.
Os ataques continuaram durante o quarto bloco, um dos momentos mais tensos foi ao falar sobre o Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop), quando Eunício acusou a atual gestão de criar cargos para apadrinhados políticos com o dinheiro do fundo. Camilo afirmou que não é permitida a criação de cargos. Porém, na réplica, Eunício assegurou que as funções eram remuneradas com um salário de R$ 16 mil, com recursos do Fecop e ainda acusou Camilo de não ter feito nenhuma casa na zona rural. Na tréplica, Camilo exaltou que o peemedebista estava enganado e convidou o adversário para visitar algumas cidades do interior e comprovar o trabalho que o atual governo vem desenvolvendo.