Sem conseguir se reeleger, Lula Morais diz acreditar que não disputará outro cargo nos próximos anos, mas continuará atuando no PCdoB
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Com o resultado da votação do último domingo, muitos parlamentares que disputavam a reeleição viram seus nomes fora da lista dos eleitos. O Diário do Nordeste conversou, na manhã de ontem, com sete deputados que não conseguiram se reeleger para saber o que eles pretendem fazer após deixarem o cargo que ocupam há pelo menos quatro anos. Voltar às atividades que tinham antes de assumir e se preparar para novas eleições foram as respostas mais comuns.
O deputado Mário Hélio (PMN), que teve 23.113 votos nesta eleição e deixará a Casa após completar seu primeiro mandato, já pensa em voltar à Câmara Municipal de Fortaleza na próxima eleição municipal de 2016. Mais adiante, prevê disputar um assento da Câmara dos Deputados, em 2018. Até lá, ele afirma que dará maior ênfase às suas atividades comerciais.
Para Hélio, o resultado da eleição foi um "erro de cálculo". "A quebra foi muito grande. No Interior, o pessoal não aceitou que a gente vendesse só compromissos futuros. Lá, o dinheiro falou mais alto. A gente imaginava que mostrando os nossos trabalhos direcionados aos municípios (seria suficiente), mas não deu certo", lamentou.
Paulo Facó (PTdoB), que pleiteou vaga na Câmara dos Deputados e não teve êxito, pensa em se candidatar a outros cargos em eleições futuras. "Podemos ser candidato a vereador de Fortaleza, a prefeito de Fortaleza, a prefeito da minha terra (Aracoiaba), a prefeito de Caucaia", lista.
Ele pondera que isso será planejado e não descarta sair da política. "Umas pessoas amigas querem que eu abandone a política, outros querem que eu seja candidato. Isso vai ser avaliado. Nunca é bom fazer uma análise logo após uma derrota, porque está muito à flor da pele, emocionalmente falando", apontou. A partir de fevereiro, ele retornará o trabalho na Cagece, onde é funcionário público.
Renovar
Lula Morais (PCdoB), que sai da Assembleia após oito anos no cargo, afirma não pensar em se candidatar novamente. "Já vou fazer 60 anos, daqui a quatro vou ter 64. Acho que tem que renovar", declarou, garantindo que continuará atuando no PCdoB.
A deputada Rachel Marques (PT), que cumpre o segundo mandato, somou 35.955 votos nesta eleição. Ainda que a quantidade seja maior que a de outros dez parlamentares que conseguiram se eleger, ela não conseguiu renovar o mandato devido ao cálculo da eleição proporcional. A partir do próximo ano, ela afirma que retornará à Secretaria de Saúde do Estado, onde trabalha como psicóloga.
Em relação à carreira política, ela evitou especular a possibilidade de se candidatar nos próximos anos, mas garantiu que continuará firme na política partidária. "Fui militante por muitos anos antes de me candidatar. A minha militância política, a minha luta pela construção de uma sociedade mais justa continua".
O deputado Professor Pinheiro (PT), que teve 15 mil votos, alega que voltará a dar aulas na Universidade Federal do Ceará, onde leciona no departamento de História, enquanto o correligionário Dedé Teixeira trabalhará para a campanha da presidente Dilma Rousseff e do candidato ao Governo Camilo Santana.
Mais bem votado entre os não eleitos, o deputado Leonardo Pinheiro (PSD), que está como primeiro suplente da coligação, espera assumir o mandato no caso de algum aliado se licenciar.