Projeto de lei do deputado Welington Landim (Pros), em tramitação na Assembleia Legislativa do Ceará, propõe incluir, na grade curricular das escolas estaduais, a disciplina “Conhecimento e Estudo dos Autores Cearenses”. O projeto já foi lido na casa e seguirá para o debate em plenário e, depois, votado.
Na justificativa do projeto, o deputado destaca fatos relevantes na história da literatura cearense como a criação do movimento de caráter vanguardista, conhecido como Padaria Espiritual, anos antes da Semana de Arte Moderna de 1922; e o ingresso da escritora Rachel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras, primeira mulher entre seus titulares. Personalidades, que pondera serem poucos explorados pelo ensino estadual.
“Por isso, nos espanta que essa nossa predominância na arte de escrever e produzir literatura de qualidade venha sofrendo um certo arrefecimento no apoio dos poderes públicos, privando as novas gerações de conhecer de perto e verdadeiramente os autores cearenses, alguns já quase esquecidos por não serem mais editados”, frisa Landim. Ele cita ainda a modificação causada nos vestibulares com a chegada do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que causou a eliminação da lista de livros obrigatórios estabelecida pela Universidade Federal do Ceará.
“Para evitar que os novos cearenses, que hoje cursam as séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, atravessem sua infância e juventude sem conhecer os autores nativos, urge que o Estado inclua na grade curricular da escola pública a obrigatoriedade da disciplina Literatura Cearense”, frisa.
JUSTIFICATIVA
“A literatura cearense é, desde suas primeiras páginas, muito relevante na história das letras do Brasil. Aqui, nesta Terra do Sol, nasceu José de Alencar, o Pai do Romance Nacional e uma das maiores expressões da Literatura de nosso país. Num arco de abrangência das diversas manifestações da produção cultural brasileira avulta o Ceará como berço de expoentes na Filosofia, com Farias Brito; no Direito, com Clóvis Beviláqua; na História, com Capistrano de Abreu”, diz um trecho da justificativa do projeto.