Os partidos da coligação Unidos Pelo Brasil (PPS, PSB, PPL, PRP e Rede Sustentabilidade), se uniram para alavancar o palanque da candidata à presidência da República, Marina Silva, no Ceará. O movimento “Fortaleza de Marina”, que foi divulgado, ontem, em coletiva na Assembleia Legislativa, e reuniu os dirigentes das siglas, tem a primeira iniciativa marcada para amanhã, com o lançamento do comitê central, na Av. Alberto Sá, no bairro Papicu, em Fortaleza.
Ao justificar o movimento suprapartidário, o presidente do PPS, Alexandre Pereira, afirmou que após a fatalidade da morte do ex-candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), Marina Silva representa “um novo Brasil”, sendo a única forma de “combater a força da máquina, a força do Partido dos Trabalhadores (PT) e do PSDB”, onde destacou serem forças que, originalmente, participam e militam na política brasileira.
Alexandre destacou ainda que o movimento “não tem dono” e conta, principalmente, com a participação da sociedade civil.
SETOR PRODUTIVO
Na ocasião, foi assegurado que uma agenda no Ceará será criada pelo comitê suprapartidário com o setor produtivo, com o intuito de estreitar os laços, quando Marina vier fazer campanha no Ceará. A ação é decorrente do que vem sendo noticiado pela imprensa sulista que, após Marina Silva assumir a vaga de Campos, empresários e metade dos apoios dos estados estão sendo perdidos.
Presente na coletiva como represente da sociedade civil, a ex-presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC), a empresária Nicole Barbosa, que foi preterida pelo PSB, e que na última terça-feira (25), decidiu apoiar a candidatura de Camilo Santana (PT), candidato ao governo do Estado pela base governista, defendeu que “não há” um afastamento dos empresários de Marina. “O que há, é que o setor ainda não a conhece”, disse.
Para frisar que o setor produtivo não é problema, o candidato a vice-governador pelo PSB, Leonardo Bayma, destacou que na última terça-feira (25), quando especulou-se que a pesquisa Ibope apontava um crescimento das intenções de voto para Marina Silva, as ações da Bolsa de Valores de São Paulo, cresceram com 2,27%.
AGRONEGÓCIO
Já sobre as críticas que a candidata faz ao Setor do Agronegócio, Bayma frisou que a indicação do seu vice, Beto Albuquerque (RS), ligado ao Agronegócio, é uma sinalização de que Marina está disposta a dialogar com o setor. “O que está muito claro para nós, que apoiamos a Marina, é que ela tem fundamentos importantes nas suas colocações, contudo, está sempre aberta ao diálogo e as discussões”, disse.
PSB e Rede “zeram” racha no Estado, em prol de Marina
Apesar de estarem unidos no movimento Pró-Marina, ainda há indício de um racha na relação estadual da Rede Sustentabilidade (RS) com o PSB, materializado na ausência de apoio da Rede, às candidaturas da socialista Eliane Novais ao Governo e Geovana Cartaxo ao Senado.
Durante a coletiva, o representante estadual da Rede no Ceará, Antônio Ortiz, afirmou que a questão está sendo discutida e que após a morte de Eduardo Campos, os desacertos tinham sido zerados. “Estamos zerando toda essa discussão com o PSB. Para rediscutir isso, estamos esperando o representante da Executiva Nacional, Dimas Ferreira, para a gente fazer uma discussão com a direção [estadual] do PSB, Sergio Novais e Eliane Novais, onde rediscutiremos as relações que a gente vinha construindo aqui”, assegurou, dando conta que em nível nacional, esta relação também está bem definida.
“Marina está no PSB e está construindo o seu partido, a Rede Sustentabilidade. Ela tem essa definição e é uma determinação no partido e não há nenhum problema e imbróglio com o PSB”, ressaltou.