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Terça, 12 Agosto 2014 05:10

Candidatos discutem ideias na TV DN

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Candidatos Ailton Lopes, Camilo Santana e Eliane Novais ao lado da bancada que seria ocupada por Eunício Oliveira. Ela ficou vazia o tempo todo Candidatos Ailton Lopes, Camilo Santana e Eliane Novais ao lado da bancada que seria ocupada por Eunício Oliveira. Ela ficou vazia o tempo todo FOTOS: HELOSA ARAÚJO
  A TV DN, webtv do Diário do Nordeste, promoveu, ontem, o primeiro debate com os candidatos ao Governo do Estado na manhã de ontem, em Fortaleza. Com um formato inovador, pela Internet, Ailton Lopes (PSOL), Camilo Santana (PT) e Eliane Novais (PSB) discorreram sobre temas como Segurança Pública, Saúde, Educação, Habitação, Saneamento Básico e Cultura. O jornalista Edison Silva foi o mediador do programa. Em 2012, na eleição municipal, a TV DN já havia experimentado o formato e foi o primeiro veículo de comunicação no Estado a fazer um debate eleitoral pela Internet com os postulantes a prefeito de Fortaleza e outras cidades, o que fez com que o assunto fosse um dos mais comentados no microblog Twitter. Durante o debate ocorrido, ontem, muitos internautas chegaram a comentar e a compartilhar nas redes sociais a discussão entre Ailton Lopes, Camilo Santana e Eliane Novais. A hashtag #debatediário, em um determinado momento, ficou em primeiro lugar no trending topics do Twitter, que são os assuntos mais comentados do mircoblog. O candidato Eunício Oliveira (PMDB) foi o único ausente ao debate, o que gerou um certo incômodo por parte dos presentes, que aproveitaram a desistência do peemedebista para tecer críticas ao fato. Em comunicado à organização do evento, Eunício explicou que já havia se comprometido com outro encontro. O convite feito aos candidatos foi com bastante antecedência, ainda no mês passado. A assessoria do candidato aceitou a data. A desistência de Eunício foi comentada no Facebook e Twitter. O debate da TV DN contou com quatro blocos e teve uma hora de duração. No primeiro bloco, cada postulante fez a sua apresentação. Já no segundo eles fizeram perguntas entre si. No terceiro responderam a questionamentos de internautas, e logo em seguida, no quarto bloco voltaram a fazer perguntas um a outro e concluíram com suas considerações finais. Temas Antes do debate, Ailton Lopes esteve ao lado do candidato a vice-governador, Bene Viana (PCB) e da presidente do PSOL, Cecília Feitoza. Camilo Santana foi acompanhado dos candidatos a senador, Mauro Filho (PROS), e à vice-governadora, Izolda Cela (PROS). Já Eliane Novais esteve com o postulante a vice-governador Leonardo Bayma, além de assessores. Durante boa parte do debate, o tema Segurança Pública foi citado algumas vezes, assim como Saúde, Habitação, Educação e Cultura. Ailton Lopes e Eliane Novais se disseram os candidatos da “verdadeira oposição”, e passaram a fazer ataques à gestão cidista. Enquanto isso, Camilo Santana, que se dirigia às câmeras como que falando diretamente com os internautas, citou o prosseguimento que iria dar ao que foi feito por Cid Gomes, sempre alertando para a parceria que iria ter com a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo seu partido, o PT. Novais algumas vezes chegou a chamar o Governo atual de “autoritário”, e também citou o nome de Eduardo Campos, do PSB em suas ponderações. Ela citou um possível envolvimento de Camilo Santana no chamado “escândalo dos banheiros”, ao que o petista retrucou dizendo que não teve qualquer responsabilidade no caso, afirmando, inclusive, que exonerou “os bandidos” da Secretaria de Cidades. . Em sua apresentação, Ailton Lopes chegou a dizer que a “oligarquia de Cid Gomes” estaria no poder há 30 anos, e que a candidatura de Camilo Santana seria apenas a “mudança de gerente”. Ailton, em mais de uma oportunidade criticou a campanha milionário de Eunício, referindo-se a ele como o candidato ausente. Eliane Novais também lamentou a ausência de Eunício, e apontou falhas da atual gestão no combate à violência. Camilo Santana, por outro lado, fez uma apresentação pessoal de sua candidatura e os feitos dos governos Cid, Lula e Dilma. No primeiro questionamento feito entre os candidatos, o postulante do PSOL perguntou a Camilo quais seriam suas propostas para a área de Segurança Pública ao que o petista disse que iria aumentar o efetivo das policias Militar e Civil, assim como integrar políticas públicas para minorar os índices de violência. Ailton e Eliane fizeram uma espécie de “dobradinha” para criticar a falta de diálogo do Governo do Estado com os movimentos sociais cearenses. Mudanças Um dos questionamentos feitos pelo petista para Novais foi em relação às políticas habitacionais de seu Governo, ao que Eliane explicou que iria tentar acabar com as mais de 100 mil casas feitas de taipa que ainda existem no Estado. Já Santana, destacou as 30 mil casas construídas ou por construir. No bloco final os candidatos tiveram dois minutos para apresentarem suas considerações finais. Ailton Lopes, por exemplo, fez críticas ao processo eleitoral e disse que as principais mudanças aconteceram nas ruas e não durante o processo eleitoral. Camilo Santana, por sua vez, fez uma síntese do que foi feito nos governos Lula, Dilma e Cid Gomes, e afirmou que ele escolheu uma mulher, Izolda Cela, para trabalhar ao lado dele, visto, principalmente, o papel da ex-secretária de Educação do Estado. Já Eliane disse estar com Eduardo Campos e Marina Silva. Ela disse que irá governar com as mulheres, movimentos sociais e comunidades quilombolas. Concorrentes reclamam da ausência de Eunício No debate, o candidato da aliança governista Camilo Santana (PT) aproveitou para rebater críticas de opositores ao governo e se apresentar ao eleitorado. Ele falou da ausência do candidato Eunício Oliveira (PMDB) ao debate. “Lamento, porque acho que (o evento) é uma oportunidade que os candidatos têm para debater as questões e serem questionados. Faz parte da democracia, acho que todo candidato tem que estar à disposição do cearense para debater qualquer tema. Eu lamento, cada um tem sua estratégia, mas acho importante os candidatos estarem presentes não só para debater entre si, mas para ouvir as demandas da sociedade”, criticou. O candidato destacou que, a partir de agora e com a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, a campanha toma mais fôlego, podendo atingir um maior número de eleitores. “O debate é muito limitado pelo tempo, quero que a população assista aos programas de televisão da propaganda eleitoral, que acesse o nosso site para saber o que nós estamos propondo, que a sociedade possa participar dos encontros no nosso comitê”, afirmou. No debate, Camilo se apresentou ao eleitorado destacando suas experiências na vida pública, como quando assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, em 2007, e a Secretaria das Cidades, em 2011. “Sou Camilo, sou engenheiro agrônomo, sou servidor público federal concursado do Ibama, sou deputado estadual, sou casado”, afirmou. Ele ainda ressaltou que é apoiado pelo governador Cid Gomes (PROS), pela presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo ex-presidente Lula (PT). Eliane Novais (PSB) colocou sua candidatura como a alternativa para a mudança da atual gestão, que classificou como autoritária e com crises nas áreas da Segurança Pública e Saúde. Além de se propor a resolver problemas nas áreas da Segurança, Saúde e Educação, a postulante prometeu criar uma política pública para convivência com o semiárido e defendeu a possibilidade de ser a primeira governadora do Estado. Poder econômico Durante sua apresentação, no primeiro bloco do debate, Eliane lamentou a ausência do candidato Eunício e afirmou que sua candidatura se trata de uma opção para a mudança necessária no Estado que enfrenta crises na segurança pública com a crescente violência e na saúde pública com filas intermináveis e assistência precária, com falta de médicos e remédios. Ailton Lopes (PSOL) também criticou a ausência de Eunício Oliveira no debate. Para ele, Eunício acha que pode ganhar a eleição com o poder econômico. “Essas candidaturas que recebem doações de empresas são campanha milionárias, inclusive daquele candidato que se ausentou hoje ao debate porque acha que o poder econômico pode ganhar uma eleição”. Ailton defendeu a importância do cearense garantir que o poder econômico não determine quem será o próximo governador. O candidato do PSOL ainda atacou as candidaturas que, tem registrado mais intenções de votos nas pesquisas eleitorais, a de Camilo Santana e Eunício Oliveira afirmando que ambos estão brigando para saber quem vai gerenciar o modelo desigual e gerador de injustiça social já implantado no Estado. “Estes que se dizem alternativa estão há quase três décadas, o Ciro Gomes foi o sucessor do Tasso Jereissati, eles deixaram mais de 2,6 milhões cearenses na linha da pobreza. O senhor Eunício até bem pouco tempo fazia parte desse Governo, o que eles estão brigando é para saber quem vai ser o gerente”. Ailton Lopes também criticou o déficit de professores nas universidade estaduais e a falta de concurso público na área da saúde. Para se destacar entre os outros candidatos, Ailton afirma que defenderá a maioria, com uma candidatura que conversa com diversos povos como, os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores de canteiro de obras. “Esse povo que rejeita a política, que tem votado nulo e em branco, faz isso simplesmente porque essa política não trata do que a maioria das pessoas necessita”. Ailton Lopes ainda afirmou que o debate entre os candidatos é fundamental para que os eleitores possam perceber a diferença de cada candidatura. Segundo ele, a sua representação é a do conjunto da luta de sociais contra candidaturas que representam o poder econômico. Camilo Santana foi questionado por Eliane Novais sobre o escândalo dos banheiros, caso de desvio de verbas públicas para a construção de banheiros populares ocorrido na Secretaria das Cidades, ele afirmou não estar envolvido. “Eu só fui secretário das Cidades seis meses depois que esses convênios foram liberados. E fui eu, como secretário, que descobri o problema dentro da secretaria, puni, demiti os bandidos e depois ajudei o Ministério Público”, na investigação.
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