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Capital tem confronto morno entre policiais e estudantes - QR Code Friendly
Sexta, 16 Mai 2014 07:08

Capital tem confronto morno entre policiais e estudantes

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  Aproximadamente 300 estudantes realizaram protestos entre os bairros Benfica, Vila União e Montese, ontem, 15, na capital cearense, para reivindicar o passe livre estudantil e chamar atenção para a prorrogação do prazo de vencimento das carteiras estudantis 2012/2013. A movimentação começou por volta das 14h30min, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), da Avenida Treze de Maio, no Benfica, onde vários grupos e lideranças concentraram-se e partiram rumo à Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza, na Av. dos Expedicionários, para recobrar - naquele órgão - medidas contra a suspensão temporária da meia-passagem e retomar o diálogo pelo passe livre estudantil, em Fortaleza. 80 policiais militares das equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e do Batalhão de Choque acompanharam a manifestação, que constava na rede social, Facebook, como “2ª Grande Marcha a Prefeitura” e que tomou cerca de sete horas de quem tentava voltar para casa ou deslocar-se pela cidade nesta quinta-feira. TRÂNSITO As manifestações deixaram um rastro de trânsito intenso e congestionamento nos arredores dos bairros por onde passavam. No bairro Montese, por exemplo, comerciantes reclamaram a necessidade de fecharem as portas e dispensar funcionários por receio de maiores perdas em um período que, segundo os mesmos, é fraco para o comércio em geral. “É complicado ter que se deparar com este tipo de situação em plena chegada do final semana, onde nós, vendedores, tentamos recuperar o movimento em um período que já não está tão bom assim. Taí [aponta para as portas cerradas], estamos fechando as portas por causa de um bando de baderneiros”, diz um dos vendedores do Vila União (identidade preservada). O Corpo de Bombeiros e a Autarquia Municipal de Trânsito auxiliaram na desobstrução das vias tomadas por lixo carbonizado, pneus, galhos e entulho. POLITICAGEM Na ocasião, representantes das comissões de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Ceará e da Câmara Municipal de Fortaleza acompanhavam a ação dos policiais. “Esta é uma manifestação que já prevíamos que iria acontecer por conta do volume de recursos destinado para a Copa em todo o Brasil. Aqui, eu conversei com o responsável pelas ações, e, logicamente, eles estão aqui para garantir a ordem. Por isso vim aqui pedir somente que a Polícia seja mais pacífica, para que assim possamos garantir também a integridade das pessoas”, explicou a deputada Eliane Novais. AÇÃO POLICIAL De acordo com o major Alexandre Ávilla, durante o percurso da tarde houve invasão de lojas e depredações de veículos, mas nenhum dano maior ao patrimônio público ou a integridade humana. “A operação foi tranquila sem nenhum efeito colateral, as negociações foram frutíferas até um pequeno grupo radical resistir, mas que acabou dispersando quase que voluntariamente. Oficialmente, uma detenção foi registrada: um menor - conduzido para a Delegacia de Crianças e Adolescentes (DCA) - que portava materiais utilizados para atos de vandalismo. Buscamos de todas as formas manter a preservação de ordem publica e não há registro de policial ou manifestante ferido”, finalizou o major. Morador do bairro Benfica, onde a situação foi dispersa, André Moura, cineasta, disse que ficou impossibilitado de finalizar suas tarefas cotidianas, mas que está impressionado em “como a tolerância está curta em relação a qualquer tipo de protesto que venha acontecer. Um simples movimento por carteiras de estudantes gera um batalhão de choque desta proporção?”, questionou. MEIA PASSAGEM A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Etufor, prorrogou, no dia 8, último, a validade das carteiras de estudante e bilhetes únicos estudantis de 2012/2013 até o dia 31 de maio. Até lá, os estudantes que ainda não tiverem recebido a carteira de 2014 nas diretorias das escolas e diretórios estudantis de universidades podem pagar R$ 1,10, em dinheiro, nos transportes públicos da cidade. Segundo o presidente da Etufor, Antônio Ferreira, a Prefeitura ofereceu um prazo longo para os alunos pedirem os documentos (de janeiro a abril) e divulgou amplamente o processo de solicitação das carteiras: na internet, escolas, universidades, terminais de ônibus e dentro dos veículos de transporte público. Para Claudio Silva, advogado da Rede Nacional de Advogados Populares (Renap), que também mediou o diálogo entre os estudantes e a Polícia, a “preservação de atritos mais acirrados é importante para manter o caráter democrático destas manifestações”. Ainda segundo o advogado, a reivindicação do passe livre “é muito justa e interessante”. Mas há cidadão comum, que não é advogado e nem estudante, que não entende a manifestação. É o caso de Rebeca Garcia, empregada doméstica, que saía do serviço e deparou-se com o clima tenso na rua. “Eu não entendo, porque eles querem passe livre e andar pela cidade sem pagar passagem? Por que um estudante quer ter mais direito do que eu que sou diarista?”, indaga. DANIEL NEGREIROS O Estado Online
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