Nuances da sucessão
A política, desde que é conhecida como atividade, é mutante. Quem não acredita nisso poderá ser surpreendido pelas armadilhas dela. Há alguns meses, tanto no bate-papo do cafezinho da Assembleia Legislativa quanto em reuniões políticas mais formais, e enquanto a manutenção da aliança governista era tida como inabalável e imbatível, era tarefa das mais fáceis “montar” a chapa que iria disputar, e para vencer “de capote” a sucessão do governador Cid Gomes, ou seja: governador do Pros, o vice do PMDB e o senador do PT. Mas, só acreditava nessa solução tão simplista quem ignorava, ou fingia ignorar, que a eleição de 2010 seria a última em que o senador Eunício Oliveira se conformaria em não disputar o governo estadual, sonho há muito tempo por ele revelado e pelo qual jamais negou que lutaria. Hoje, o cenário é outro. Por mais um capricho da política, a saída de Eunício e dos peemedebistas que o seguem, se causa algum abalo nas hostes do governador, veio a calhar para melhorar a situação do PT estadual, e, ao mesmo tempo, facilitar a constituição da chapa governista. Confirmada essa nova situação, o fim da semana foi marcado por muitas especulações, envolvendo profissionais de imprensa, parlamentares e lideranças. Entre as muitas variantes sobre as novas opções do governador, do Pros e do PT, uma se destaca: para governador o deputado Zezinho Albuquerque (Pros); vice-governador o deputado Camilo Santana (PT) e senador, o vice-governador Domingos Filho (Pros). Enquanto o governador Cid, como hermética esfinge fecha-se em seu segredo sobre o que ele pretende propor, sugestões como esta podem, sem problemas, circular. Sobre ela, um ponto pacífico: se for confirmado Domingos para o Senado, estará sendo feita justiça a um homem e político do bem, impedido por infelizes circunstâncias, de governar o Estado por alguns meses.
• Nem todos. Já deu para notar: tanto na AL, quanto na CMF, há sentimento de que o afastamento entre o senador Eunício e o governador Cid causa desconforto no âmbito do PMDB.
• Talento. Para a ex-deputada Patrícia Saboya, a primeira-dama de Fortaleza, Carol Bezerra, “além de uma menina, tem vocação e talento para desenvolver grandes projetos sociais”.