O deputado Heitor Férrer (PDT) criticou, ontem, da tribuna da Assembleia Legislativa, a licitação para reforma do prédio da Coordenação Integrada de Operações de Segurança (Ciops). O deputado disse que encaminhará ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE) pedido de informações sobre a licitação, que pode ser acompanhado no Diário Oficial do Estado. Os gastos para a reforma da estrutura física do prédio chegam a R$ 34 milhões.
“Estamos falando de R$ 34 milhões. Isso não é para o nosso bico. É luxo demais num Estado pobre como o Ceará, e mais uma obra megalomaníaca”, disse o parlamentar, lembrando que outros gastos, considerados por ele como “desnecessários”, foram praticados pela atual gestão, como no caso da reforma do Palácio da Abolição, onde o governador Cid Gomes mandou refazer a licitação economizando R$ 20 milhões. “É apenas uma reforma. Mas, vão gastar com luxo enquanto temos 2.400 policiais e precisamos de seis mil. Isso não faz sentido. Nós, perdemos a noção”, disparou.
O edital publicado dia 10 de março diz o nome da empresa vencedora e no relatório de Orçamento prevê o custo detalhado da obra que, segundo explicou o parlamentar, inclui vários itens de luxo. “Uma porta blindada por mais de R$ 16 mil; luminárias de R$ 8.209,90, só uma unidade, fita de LED de R$ 14.567,46, dentre outros itens. É demais”, destacou.
Os deputados Roberto Mesquita (PV) e João Jaime (DEM) reforçaram as críticas de Heitor ao governador. Segundo Mesquita, há outras prioridades, entre elas a redução desigualdade social. “São mais de um milhão de pessoas abaixo da linha de pobreza e vem apresentar uma reforma desta proporção ao final do Governo”, ponderou, cobrando um posicionamento dos órgãos de fiscalização aos gastos apresentados.
João Jaime disse que, apesar dos investimentos, o Governo não apresenta resultados positivos. Em tom de ironia, concordou com o gasto da porta blindada, pois, segundo ele, todo cearense deveria ter uma em casa devido à sensação de insegurança no Estado.
DEFESA
Em defesa, o líder do Governo, José Sarto (Pros) fez algumas críticas aos levantamentos feitos pelo oposicionista Heitor Férrer. Segundo informou, a construção do prédio é uma parceria entre o Ministério da Justiça e o Governo do Estado – R$ 50 milhões em equipamentos por parte do governo federal e R$ 34 milhões do Tesouro estadual para construção do espaço físico, explicando que, no novo prédio, será implantada uma Central de Inteligência e, portanto, é necessário a adoção de algumas providências. “É necessária que a sala tenha segurança, porque irá conter informações essenciais para a segurança pública do Estado”, pontuou, justificando a existência da compra de uma porta blindada.