Depois de renunciar ao cargo de secretário municipal de Educação, para efeito de desincompa-tibilização, Ivo Gomes (PROS) reassume, hoje, a vaga de deputado estadual na Assembleia Legislativa e o segundo suplente da coligação (o primeiro é a atual deputada Inês Arruda, do PMDB), Antônio Carlos (PT), deixa de exercer o mandato parlamentar após mais de 3 anos. O petista evitou, ontem, ir à Casa, mas a equipe de assessores que o acompanhou durante esse período já esvaziou o gabinete. Ivo Gomes volta à Assembleia após um pouco mais de um ano à frente da Secretaria Municipal de Educação (SME). Antes disso, no entanto, o parlamentar já havia passado, nessa legislatura, um tempo distante do Parlamento para exercer a função de chefe do Gabinete do governador Cid Gomes, retornando à Casa apenas em julho de 2012. Assim como Cid Gomes fez em relação ao Governo do Estado, o ex-secretário adiou até o último dia a decisão sobre a renúncia do cargo na Secretaria de Educação. Em visita à Câmara Municipal de Fortaleza, em fevereiro deste ano, Ivo chegou a declarar aos vereadores que não queria deixar a Secretaria de Educação para tentar a reeleição como deputado estadual, mas alertou que essa decisão não dependia apenas dele. "Nunca escondi que estava feliz na SME, mas a decisão se deu em virtude de conversas com lideranças do meu partido", frisou Ivo Gomes. Com o retorno ao Parlamento, ele revelou que pretende, durante o restante do ano, na Assembleia, adotar uma postura mais forte na defesa da atual gestão. "Onde quer que eu esteja, seja na AL, na SME, ou em qualquer outra posição, vou defender sempre aquilo que acredito e o governo do Cid é uma dessas coisas", apontou. Governo e oposição Ivo deve voltar ao cargo de secretário municipal de Educação logo após o dia 5 de outubro, quando estiver concluído o processo eleitoral em relação à eleição para a Assembleia. Já o suplente Antônio Carlos, durante o período em que exerceu o mandato na Assembleia, viveu momentos diferentes na Casa. O petista chegou a ser o líder do Governo do Estado entre 2011 e 2012. Depois das eleições municipais, entretanto, ele passou a adotar uma postura mais crítica à gestão de Cid Gomes. "Na segunda fase, não tivemos uma postura oposicionista, mas também nunca abrimos mão de defender a classe trabalhadora e outros temas que o PT não deve abrir mão nunca. Nessa segunda passagem, a gente teve mais possibilidade de dialogar com grupos importantes, como movimentos sindicais e outros movimentos populares", ressaltou. A passagem de Antônio Carlos pela Assembleia se divide em duas fases, porque ele se afastou do Parlamento, em junho de 2012, para ocupar o cargo de secretário estadual da Cultura. Pouco dias depois de assumir a Pasta, porém, ele foi exonerado em meio ao conturbado rompimento entre Cid Gomes e a então prefeita Luizianne Lins. Objetivo Na avaliação de Antônio Carlos, seria incoerente ele permanecer à frente da Secretaria após o fim da aliança, que foi rompida como consequência do cenário eleitoral de 2012 . "Esse mandato sempre teve um objetivo muito claro de defesa do PT e da Luizianne. Mesmo exercendo o papel de líder do Governo, nunca deixei de defender a prefeita contra críticas da própria base aliada. Então, com o rompimento, eu tinha que entregar o cargo", justificou o petista. Com o retorno do deputado Professor Pinheiro (PT) para a Secretaria da Cultura em julho de 2012, além da volta de Nelson Martins (PT) e Camilo Santana (PT) para a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Secretaria das Cidades, respectivamente, Antônio Carlos voltou à Assembleia depois de cerca de um mês distante. Na segunda passagem, apesar da bancada petista na Assembleia fazer parte da base aliada do governador Cid Gomes, Antônio Carlos não hesitou em fazer críticas à gestão e assegurou que nunca sofreu nenhuma retaliação por isso. "Eu sempre tive liberdade para exercer meu mandato como eu queria exercer. A verdade é que eu não podia permanecer com a mesma postura que tive na primeira passagem, porque o contexto político não permitiu isso. A forma como o PT foi tratado durante a eleições municipais foi muito dura", pontuou Antônio Carlos. Alterações Nesta legislatura, a lista de suplentes que já assumiram as vagas de deputados estaduais por pelo menos quatro meses chegou a um total de 22 nomes. Dessa soma, todavia, quatro já conseguiram ser efetivados na Assembleia. Em 2012, com a vitória de Roberto Cláudio à Prefeitura de Fortaleza e com a saída de Moésio Loiola para assumir a Prefeitura de Campos Sales, Danniel Oliveira (PMDB) e Professor Teodoro (PSD) deixaram de ser suplentes. Recentemente, o outro suplente efetivado foi Adail Carneiro (PHS), que tomou posse em lugar de Patrícia Saboya (PDT), indicada para atuar como conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Na lista de suplentes divulgada pela AL, também consta o nome do deputado Professor Pinheiro (PT). O petista chegou a ser diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mas, na véspera da posse dos deputados estaduais, em 2011, ele perdeu a vaga para o deputado Neto Nunes (PMDB).