O deputado Heitor Férrer foi um dos que defenderam as intervenções anunciadas pelo prefeito, como solução para melhorar a situação do trânsito
FOTOS: JOSÉ LEOMAR
Enquanto um deles chama a praça de entulho, outro defende o logradouro como uma das atrações da cidade
A intervenção na Praça Portugal, prometida pelo prefeito Roberto Cláudio, foi pauta de discussão tanto na Câmara Municipal de Fortaleza quanto na Assembleia Legislativa, durante sessão ordinária de ontem. Alguns deputados defenderam a derrubada do equipamento e chegaram a chamar o local de "entulho", enquanto outros pediram mais diálogo entre a gestão pública e a sociedade.
O peemedebista Carlomano Marques foi mais além e criticou a presidência da Câmara de Fortaleza, na pessoa do vereador Walter Cavalcante (PMDB), o Departamento Jurídico da Casa, os próprios vereadores e a Procuradoria da Prefeitura, além dos assessores do prefeito. O deputado Lula Morais (PCdoB) disse, em seu pronunciamento, que a Praça é um "entulho" e defendeu o fim daquele espaço. Segundo ele, a praça não é simbólica para Fortaleza e precisa ser transformada em um ambiente de mais participação das pessoas.
"Dizer que não pode ser destruída por ser um símbolo urbanístico da cidade? Eu não posso aceitar isso. Por causa das árvores? Tira-se uma e planta-se outra. Defender a praça como algo a ser indispensável está ultrapassando dos limites", disparou.
Congestionamento
O líder do Governo, José Sarto (PROS), lamentou as acusações contra a Prefeitura de Fortaleza de que as obras estão sendo feitas sem comunicação prévia, ressaltando que há meses já havia sido anunciado pelo prefeito Roberto Cláudio. "Cidades maiores que Fortaleza não têm problemas de mobilidade urbana como a Capital cearense, e isso se dá porque não houve uma preocupação maior em gestões passadas", disse.
O deputado Heitor Férrer (PDT) disse que a intenção do prefeito, neste momento, quando vai transformar um equipamento físico, é tentar diminuir o congestionamento com a circulação de veículos, e, consequentemente, garantir mais mobilidade no local. "Ali vão se criar quatro pontos de convivência e temos que esperar que a solução dessa intervenção física der certo. Nós desejamos sucesso à intervenção que ele vai iniciar, obviamente, dando ouvidos ao Poder Judiciário para que se ouça a Câmara Municipal", disse.
Já o deputado Carlomano Marques afirmou que a Câmara Municipal de Fortaleza falhou com o seu departamento jurídico, assim como a assessoria legislativa do prefeito e a Procuradoria da Prefeitura em não fazer uma discussão maior com o Legislativo da Capital em relação às intervenções propostas na política de mobilidade urbana do prefeito Roberto Cláudio.
Revista
O deputado Roberto Mesquita (PV) partiu em defesa dos vereadores da Câmara de Fortaleza e disse que eles são os que têm menos culpa na história. Ele criticou também as falas do deputado Lula Morais (PCdoB), que chamou a Praça Portugal de "entulho". Mesquita mostrou a revista Plenário, publicação da Assembleia Legislativa, que em sua edição de dezembro passado, tratou, justamente da beleza da Praça Portugal. "Chamar a Praça de monstrengo, de entulho é que não se pode", atacou.
Já a deputada Eliane Novais (PCdoB) também destacou a reportagem da revista do Legislativo estadual que traz, inclusive, palavras dos deputados Hermínio Resende (PROS) e Delegado Cavalcante (PDT), defendendo a manutenção do equipamento como bem público da cidade. Na manhã de ontem, uma publicação da Revista Plenário circulou entre os deputados da Casa Legislativa, o que gerou desconforto entre aqueles que defendem as intervenções.
Secretário
O secretário de Conservação e Serviços Públicos do Município de Fortaleza, João Pupo, estará hoje na Câmara Municipal para esclarecer detalhes sobre o Plano de Ações Imediatas em Transporte e Trânsito de Fortaleza (Paitt), que inclui as intervenções na Praça Portugal e em outros pontos da Capital cearense. A visita à Câmara Municipal atende ao requerimento do líder do Governo na Casa, vereador Evaldo Lima (PCdoB).