O governador Cid Gomes (Pros) criticou, ontem, após solenidade de abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa, a postura do Ministério Público Eleitoral (MPE) no Ceará. Ele disse estar “decepcionado” e chamou as denúncias sobre suposto abuso de poder político por parte de Cid no município de Itapipoca de “exibicionistas”.
“Eu estava cuidando daquilo que é minha obrigação. E não há obrigação, talvez, mais vital do que o abastecimento d’água de uma cidade inteira. O esforço que foi feito e você ainda vê insinuações de preocupação eleitoral. Isso, pra mim, é decepcionante”, disse o governador, ressaltando que o Ministério Público (MP) é uma instituição necessária, mas, infelizmente, o exibicionismo de alguns integrantes do Ministério Público acaba descredenciando a instituição.
Para o Ministério Público, o anúncio de que a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) concederia bônus de R$ 200 na conta mensal dos moradores de Itapipoca, por causa da falta de água gerada por problemas técnicos na adutora construída na cidade, pode configurar irregularidades.
IMPROBIDADE
Ao se referir às supostas irregularidades no Banco do Nordeste (BNB), enviadas à Justiça pelo Ministério Público, Cid criticou o que considera um excesso de “denuncismo”. Na ação do MP, o atual presidente da Adece e ex-presidente do BNB, Roberto Smith, e chefe da Controladoria e Ouvidoria Geral e ex-presidente do Comitê de Auditoria do Banco do Nordeste do Brasil, João Alves de Melo, são investigados por gestão fraudulenta.
Segundo Cid, atualmente, “vivemos um período de denuncismo e, pra mim, passei a adotar a seguinte norma: se alguém é condenado e, portanto, passa pelo crivo da Justiça, essa pessoa deve ser afastada”. Portanto, segundo ele, como são só denúncias, até agora, não vê motivos de afastamento.