Ativistas protestam por melhorias nas três universidades estaduais e benefícios para professores e alunos Estudantes, professores e técnicos-administrativos das universidades públicas estaduais vão continuar ocupando o hall da Assembleia Legislativa à espera de uma reunião com o governador Cid Gomes. Durante a manhã e o fim da tarde de ontem, foram realizadas manifestações de apoio aos acampados do lado de fora da Casa Legislativa. Na manhã de ontem, foi preparado um ato de apoio ao grupo, que ocupa o Parlamento desde a noite da quarta-feira (27). O protesto reuniu aproximadamente 150 pessoas, que ficaram concentradas do lado de fora da Assembleia. Os manifestantes reivindicam melhorias para a Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Regional do Cariri (Urca). No fim da tarde de ontem, cerca de 20 manifestantes começaram o protesto fechando o cruzamento da Rua Barbosa de Freitas com Avenida Pontes Vieira por alguns minutos. Depois, eles seguiram pela Pontes Vieira até o cruzamento com a Av. Desembargador Moreira. O trânsito de veículos naquela área ficou bastante complicado, pois parte da via ficou bloqueada. Além de batucar e cantar músicas, pedindo que o governo receba os acampados, os manifestantes também carregavam faixas e cartazes cobrando mudanças nas universidades. Mais de 50 pessoas passaram a madrugada de quarta para quinta-feira acampados no hall do Parlamento. Segundo o coordenador militar da Assembleia, coronel Túlio Studart, os ocupantes fizeram um cadastro e têm autorização para circular no local em qualquer horário. Ontem, os manifestantes receberam mochilas com toalhas, roupas e alimentos enviados pelo Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece). Tudo inspecionado pela Polícia Militar antes de serem entregues. O efetivo militar da Assembleia permaneceu, durante a madrugada e o dia de ontem, fazendo a segurança da Casa e dos manifestantes, segundo o coronel. O Batalhão de Choque da PM se posicionou nos arredores da AL e na entrada principal, mas não houve conflito. Exigências Entre as principais reivindicações do grupo estão a realização de concurso público para professores e técnicos administrativos, a regulamentação do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) e uma política de assistência estudantil. Os professores da Uece estão em greve desde o dia 29 de outubro. De acordo com o vice-presidente do Sinduece, Eudes Baima, a condição para que os manifestantes deixem a AL é uma reunião com o governador Cid Gomes. “Para que a greve se encaminhe para um desfecho, precisamos conversar com o governador e resolver as questões emergenciais. Se os concursos para professor e servidor não forem acordados ainda neste ano, em 2014 eles também não serão realizados, por conta do ano eleitoral, e o problema vai se prolongar por muito mais tempo”, explica o vice-presidente. Após o início da ocupação do Parlamento, uma comissão de deputados apresentou uma proposta aos manifestantes, mas o grupo não aceitou. A sugestão, condicionada ao fim da greve, seria a criação de um grupo de trabalho para se reunir com o governador em fevereiro, após as férias do gestor. Segundo o líder do governo na Assembleia, deputado José Sarto, o governador só deve iniciar as negociações quando a greve acabar. “O fim da paralisação viabilizaria o término do período letivo, que já está 80% concluído, além de não prejudicar cerca de dois mil alunos da Uece, que precisam colar grau para assumir cargos conquistados em concursos públicos”, explica.