O deputado Heitor Férrer (PDT) criticou, em pronunciamento feito na sessão de ontem, na Assembleia Legislativa, a inversão de prioridade das políticas públicas. Na visão do pedetista, o Brasil está protestando contra prioridade de alguns governos, aproveitando para criticar a construção do Acquário, proposto pelo Governo do Estado. Férrer disse que só, agora, após as manifestações, o governador Cid Gomes (PSB), alertou para discutir o projeto com a população. Segundo justificou, Cid Gomes dá sinais de que não tem certeza se a obra é benéfica para o Ceará. O deputado frisou que os defensores do projeto alegam que a obra será paga em 10 anos, ou seja, vai gerar um lucro de R$ 25 milhões por ano. Porém, ele destacou que nenhum investidor privado quis assumir a construção, provando que “mente quem diz que haverá esse lucro”. Em razão disso, Heitor disse considerar uma “mentira oficial” divulgar que a obra irá custar R$ 250 milhões, pois, nas contas atuais do governo, o preço é de R$ 285 milhões, bem como foi o empréstimo solicitado a empresas internacionais. “Digo que chegará a R$ 500 milhões”, pontuou. “É muito diferente quando vamos para execução orçamentária. Temos um déficit de 321 mil moradias. Dos R$ 247 milhões previstos, apenas R$ 45 milhões foram aplicados em habitação”. Ainda segundo Heitor, o governo programou investimentos de R$ 937 milhões na área de saneamento básico, mas só foram executados R$ 162 milhões. Sobre recursos hídricos, foram construídos dois açudes inaugurados em Itapajé, um reservatório com 4,5 milhões de métricos cúbicos, e de Mamoeiro de Antonina do Norte, com 20 milhões de metros cúbicos. Somente o Acquário terá 18 milhões de metros cúbicos. Enquanto isso, das 44 obras de mobilidade urbana, apenas uma foi concluída. “Isso é inversão de prioridade”, comentou. DEFESA Em resposta, o líder do Governo, deputado José Sarto (PSB), explicou que, na próxima semana, o secretário de Turismo, Bismarck Maia, estará na Assembleia Legislativa para explanar sobre o Acquário. Com relação as declarações de Heitor Férrer, o parlamentar ressaltou serem “equivocadas”. Isso porque, segundo ele, estudos apontam um impacto financeiro “positivo”. Diante disso, Sarto afirmou ainda ser recurso “carimbado” e, portanto, seria no “mínimo um discurso desonesto”. “Se quer ser contra o Acquário, seja contrário. Mas, o recurso não pode ser modificado”, disse o socialista, destacando que a verba não pode ser utilizada em outra área.