O Ministério Público Estadual deve constituir medida cautelar para suspender a licitação em curso da Prefeitura de Fortaleza que trata do novo sistema de transporte coletivo, atendendo a representações protocoladas pelo Sindvans (Sindicato dos Transportes Alternativos do Ceará) e Coperbus (Cooperativa de Transporte Municipal e Intermunicipal do Ceará). O promotor Ricardo Rocha, que estuda as documentações, destacou, dentre outras falhas, “forte” indício de direcionamento na licitação. Segundo ressaltou, as documentações estão sendo averiguados. Na manhã de ontem, o assunto dominou os debates na Câmara Municipal de Fortaleza. Salmito Filho (PSB) foi o primeiro a questionar o assunto. Segundo ressaltou, além de apresentar vícios, o processo é falho ao apresentar um número absoluto de 350 vans e não por percentual, o que, de acordo com ele, é impossível de quantificar, haja vista a demanda crescente da mobilidade urbana. Outro problema, segundo ele, é a formatação do edital que, de fato, prejudica as cooperativas pequenas, pois não tem chance de competir. “Se quer fazer uma licitação faça, mas sem vícios”, salientou. Disse, ainda, que a equipe de transição do prefeito eleito Roberto Cláudio (PSB) está preocupada, assim como alguns parlamentares, como o presidente da comissão, vereador Paulo Gomes (PMDB). Para Paulo Gomes, “é muito estranho uma licitação já no apagar das luzes”. Ressaltando, ainda, que a comissão já tinha realizado alguns questionamentos à Etufor [Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza] e não obteve resposta. Conforme destacou, o processo deve acontecer de forma democrática, proporcionando a participação de todas as cooperativas e empresas interessadas. O vereador Vitor Valim (PMDB), porém, afirmou que, se for igual à licitação da Iluminação Pública, em que a Citeluz venceu por conta também do edital direcionado, faltará transporte público na Capital. (Laura Raquel, da Redação)