“Eu preferido perder meu mandado lutando com a faca na mão, do que ajoelhado lambendo os pés dos leprosos que querem me derrubar”, declarou ontem na tribuna da Assembleia Legislativa, o deputado Carlomano Marques (PMDB), que teve seu mandato cassado, no último dia (3) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) por compra de votos. O parlamentar se declarou “inocente” e informou que recorrerá até as “últimas instâncias”.
A prova obtida pelo TRE que teve como base uma matéria publicada em um Jornal de Fortaleza, em novembro de 2010, onde um repórter se passou por um paciente e constatou consultas médicas sendo realizadas dentro do comitê da irmã do parlamentar, a vereadora Magaly Marques (PMDB), que após a consulta, chegou a pedir voto para a reeleição do deputado.
Para Carlomano, o ocorrido “não é considerado crime”, porque segundo ele, “não estava no local quando o fato aconteceu”.
“O criminoso é o jornalista que criou uma farsa, usando a boa fé e da médica que o receitou e lhe deu um atestado”, afirmou declarando ainda que não ia se “acovardar.
Prefiro perder o mandato lutando do que perder o mandado de joelho, porque sou inocente, a maior covardia seria eu me calar, eu tenho consistência no que eu digo, tenho a minha consciência, eu não pratiquei captação ilícito de voto, nunca vi este jornalista, como vou aceitar esta culpa, como vou me olhar o espelho?”, disparou na tribuna emocionado.
Baseado na “verdade” o parlamentar afirmou que irá recorrer a todas as instâncias, incluvive no Tribunal Superior Eleitoral (STF). Durante o pronunciamento, vários parlamentares se solidarizaram e declaram apoio, além de acreditarem na inocência de do peemedebista. À reportagem, o atual presidente da Assembleia Legislativa afirmou que nenhuma notificação chegou a Casa sobre a cassação do mandato do deputado Carlomano Marques.
Como cabe recurso da decisão, Carlomano pode cumprir mandato como deputado até a conclusão do caso. O advogado do deputado, Irapuan Carmuça, disse que vai recorrer.