O deputado federal José Nobre Guimarães (PT) se reuniu, na manhã de ontem, com a ala petista comandada por ele, o “Campo Democrático”, para fazer um balanço geral dos resultados das campanhas eleitorais no Ceará. No encontro, foi decidido o posicionamento do grupo quanto ao comportamento que irá defender para manutenção ou não de alianças no Ceará. Para ele, a oposição do PT ao Governo de Roberto Cláudio é boa para a democracia brasileira. Conforme Guimarães, o momento é de se discutir no partido os caminhos que serão tomados a partir de agora e planejar como a legenda fará oposição, por enquanto, no âmbito municipal. Na opinião do parlamentar, a derrota do PT em Fortaleza tem que ser transformada em vitória política, pois Elmano de Freitas, que obteve 47% dos votos na Capital, mostrou que quase a metade do eleitorado queria a continuidade do governo da prefeita Luizianne Lins (PT). “Isso tem que ser muito bem considerado, pois elegemos 30 prefeitos em cidades estratégicas, tirando mais de um milhão e trezentos mil votos. Estamos emparelhados com o PSB em votos nominais e não podemos pensar que saímos derrotados, mas fortalecidos”, ressaltou. Em relação à Capital, Guimarães garante que o papel do PT, a partir de agora, é não aderir ao projeto proposto pela coligação que apoiou Roberto Cláudio. No entanto, salienta que a oposição tem que ser feita com critérios e não como, segundo ele, tem sido feita nos últimos anos contra a gestão de Luizianne. “É importante que as propostas de Roberto Cláudio, como o bilhete único, postos 24 horas e escola integral passem a ser realidade, e é isso que o PT tem que fiscalizar”. Rancor Guimarães defende ser bom para a democracia a oposição do PT em Fortaleza, mas pondera que não se pode partir para o ataque com rancor e raiva. Para o deputado, a sigla precisa discutir os rumos que irá tomar quanto à aliança com o PSB, e isso deve acontecer já nesta quarta-feira, em reunião entre dirigentes do Estado e o presidente nacional do PT, Rui Falcão. “Temos uma aliança no Estado desde 2006 e precisamos reavaliar tudo isso, a partir, é claro, dos nossos interesses nacionais. Vamos reposicionar as coisas, começar do zero”, enfatizou. Sobre o posicionamento do secretário Nelson Martins, que defendeu a manutenção da aliança entre PT e PSB, Guimarães disse que o gestor tem que “falar menos” e esperar que o partido o chame para uma discussão. Segundo afirmou, a decisão de deixar ou não o Governo do Estado será decidida por toda a cúpula.