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Quarta, 11 Novembro 2015 04:21

Racionamento já é defendido por alguns deputados

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Defensor da reabertura da comissão da seca na Assembleia Legislativa, deputado Bruno Pedrosa defende o racionamento em todo o Estado Defensor da reabertura da comissão da seca na Assembleia Legislativa, deputado Bruno Pedrosa defende o racionamento em todo o Estado ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
  O Governo do Estado do Ceará, desde o início do ano, vem apresentando uma campanha de conscientização do uso da água pela população. No entanto, deputados entrevistados pelo Diário do Nordeste defendem o início imediato de um racionamento em todo o Estado. Na manhã de hoje, o secretário estadual de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, deve apresentar na Assembleia Legislativa algumas ações que estão sendo empreendidas pela pasta visando minimizar os efeitos da estiagem no Ceará. O deputado Bruno Pedrosa (PSC) é um dos que defendem o racionamento de água em todo o Estado, independentemente de onde ocorra colapso. Segundo o parlamentar, é preciso mais envolvimento por parte da população, ultrapassando a época de seca. Ainda conforme Pedrosa, a Secretaria de Recursos Hídricos tem adotado alguns critérios técnicos que permitiram a perfuração de poços em zonas urbanas do Interior do Estado, deixando, de acordo com ele, as zonas rurais em segundo plano. "Foi dada atenção aos municípios mais críticos, mas acredito que tem que haver encontro com lideranças municipais, porque algumas regiões passam por dificuldades que o critério técnico não percebe. Alguns municípios na serra começaram a sofrer falta de água, mas a prioridade está sendo dada mais para o sertão", reclamou o parlamentar. Idealizador da criação de uma comissão especial da seca, Bruno Pedrosa afirmou que o colegiado deve ser criado no próximo ano, caso se confirmem as previsões de mais um ano de estiagem. Ele acredita que o trabalho realizado até o momento, sem priorizar as áreas rurais, pode ocasionar um novo êxodo rural no Estado do Ceará. No início da legislatura, o parlamentar apresentou pedido de reabertura da comissão da seca, mas alguns deputados alegaram que o colegiado não seria necessário, uma vez que a Casa já conta com comissões para acompanhar temáticas relativas à seca. A deputada Augusta Brito (PCdoB), por sua vez, reclamou que a maior parte da água que atende a região da Ibiapaba tem sido destinada para a irrigação. A parlamentar defende que a prática seja proibido, acrescentando que o problema tem sido averiguado em diversos municípios. Ela explica que em alguns houve colapso, inviabilizando até mesmo o atendimento em hospitais. A parlamentar salientou que é preciso que haja racionamento urgente, uma vez que no próximo ano muitos municípios terão o mínimo de recursos hídricos para a sobrevivência de sua população. Produtores Presidente da comissão da Agropecuária da Assembleia Legislativa, o deputado Moisés Braz (PT) afirmou que os efeitos da seca estão preocupando muitos produtores. Por isso, defende ele, é necessária a interlocução que vem sendo feita pelo governador do Estado, Camilo Santana, na tentativa de atrair recursos e tecnologias para minorar a situação. O petista defendeu ainda que, por enquanto, a campanha de uso consciente da água deve ser intensificada e, caso não surta o efeito desejado, seja iniciado o racionamento. "Temos água suficiente para 2016, mas se não tiver recarga de água vai ser preciso fazer a campanha e racionamento. É por isso que temos que tratar como vamos usar água para consumo da indústria. Não dá para água do Castanhão (que abastece a Região Metropolitana de Fortaleza) ser destinada para a indústria, mas apenas para o consumo humano", defendeu. Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Zezinho Albuquerque (PROS) disse ser cedo para iniciar um racionamento, mas defendeu a redução no consumo de água por parte das pessoas. "Se tivermos uma boa quadra chuvosa no ano que vem, ficaremos menos preocupados. Mas sabemos que será um inverno abaixo da média. Então, é necessário que a população economize água", justificou. Piora O deputado Roberto Mesquita (PV), por sua vez, declarou que o racionamento é uma alternativa em vista, pois a situação, segundo o parlamentar, é de uma piora na crise hídrica nos próximos meses. "Com a quantidade de sol e vento que temos, o que faz com que tenhamos uma evaporação grande, e o açude do Castanhão não poder abastecer Fortaleza, nós enfrentaremos uma calamidade sem precedentes", apontou. A deputada Silvana Oliveira (PMDB) também defendeu um racionamento imediato por parte da população. Conforme a parlamentar, a única campanha que vai surtir efeito de economia de água é a do uso racional dos recursos hídricos do Estado. Já o deputado Bruno Gonçalves criticou a forma como os recursos estão sendo investidos pelo Executivo cearense. "Eu acho que o Governo tem feito investimento muito grande, mas muito mal feito. Eu acho que os investimentos feitos em poços profundos, carros-pipa e adutoras tinham que passar pela orientação do deputado, porque é a gente quem sabe onde precisa", reclamou o deputado. Segundo o parlamentar, o racionamento já existe e precisa ser intensificado, assim como novas medidas por parte da gestão, para evitar que os recursos destinados ao combate à estiagem sejam desperdiçados.
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