O deputado Roberto Mesquita chamou de calote a atitude do Governo Federal de adiar abertura de licitação da Refinaria Premium II no Ceará
FOTO: FABIANE DE PAULA
Os deputados de oposição ao Governo Dilma Rousseff na Assembleia Legislativa do Ceará criticaram, ontem, um possível adiamento na licitação para início das obras de construção da Refinaria Premium II. Os parlamentares chegaram a destacar o empenho do Governo do Estado, de alguns municípios e do presidente da Casa, Zezinho Albuquerque (PROS), para que as intervenções iniciassem de imediato, o que ainda não ocorreu.
Segundo João Jaime (DEM), a Refinaria não esteve nos planos de execução da Petrobras para os próximos quatro anos em 2006 nem em 2010, assim como não está nas previsões de investimentos para 2014. "A Petrobras, apesar de ter o Governo como sócio majoritário, tem outros acionistas, até mesmo internacionais. Essa empresa não tem em seu plano de investimentos qualquer referência para a construção da Refinaria aqui no Estado do Ceará", ressaltou.
"A presidente nos engana quando nos promete a Transnordestina, transposição das águas do Rio São Francisco. Da Transnordestina menos de 5% das obras foram realizadas. A Transposição do Rio São Francisco teve impulso no período eleitoral, mas já teremos anuncio de que as obras estão paralisadas", disse o democrata, que chamou o PT de "nefasto".
Presente de grego
Ely Aguiar (PSDC) afirmou que o Governo Federal não levou em consideração a votação que teve. "Essa é uma das propostas que vêm se arrastando há anos. A população que votou na Dilma não pode reclamar. O Governo Federal vai adiar pela vigésima vez a construção dessa Refinaria para o Ceará. Mais uma vez é o presente de grego que recebemos", apontou.
Já Roberto Mesquita (PV) lamentou a informação de que a Petrobras não vai construir, de imediato, a Refinaria Premium II no Estado, o que pode gerar uma espera de mais uma década. "Nós não podemos aceitar esse calote do Governo Federal. Queremos aqui uma ação que foi planejada há muitos anos. Não há por parte de nenhum órgão uma vírgula sequer que faça posicionamento contrário à Refinaria", salientou.
Porto do Pecém
O oposicionista criticou o fato de o Governo demonstrar que pode modificar as datas para construção do equipamento. "O futuro do Brasil, até porque a realidade do pré-sal assim demonstra, é o refino. O Ceará dedicou milhões para o Porto do Pecém na certeza de quando a Refinaria chegar os investimentos voltarem para os cearenses. Que a presidente se imponha", cobrou.
Mesquita lembrou que somente no Estado de São Paulo a indústria perde 100 vagas de trabalho por dia, destacando que Dilma Rousseff quer conversar com Aécio Neves e Marina Silva em um Governo de maior diálogo.
"Ela pisou na bola quando, em pleno exercício de Governo, demitiu seu ministro da Fazenda. Isso gerou uma crise de confiança nos rumos da economia. Não podemos ficar sempre amarrados à crise do capitalismo, porque estamos tendo crise interna", opinou. Já o peemedebista Carlomano Marques fez críticas à falta de força política da presidente reeleita no Congresso.