O governador Cid Gomes (Pros) afirmou ontem, por meio de sua página no Facebook, que está internado para realizar um tratamento intensivo de saúde e, por isso, seguindo orientações médicas, pediu licença por 10 dias do cargo. O chefe do Palácio da Abolição ficará afastado até o dia 25 deste mês. “Estou numa clínica, no Brasil, em tratamento intensivo. Espero ter direito a um mínimo de privacidade neste momento”, publicou. Sem dar muitos detalhes, o governador disse que “sintomas de fragilidade” em sua saúde manifestaram-se nos últimos dias, impulsionando sua decisão de pedir licença do cargo para ser submetido a tratamento médico. A assessoria de Cid disse não ter detalhes sobre o seu estado de saúde e que apenas o governador poderia dar mais informações sobre o assunto. Até 25 de abril, o cargo é assumido pelo presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido. O vice-governador do Ceará, Domingos Filho, evitou assumir o cargo para que seus familiares não se tornassem inelegíveis nas eleições deste ano, de acordo com legislação eleitoral. Segundo a linha de sucessão, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Albuquerque (Pros), também declinou do cargo por questões eleitorais. O vice-presidente do Tribunal, desembargador Francisco Lincoln Araújo e Silva, responderá pela Presidência do TJCE enquanto o desembargador Gerardo Brígido ocupar o cargo de governador. SINAIS Cid Gomes já vinha mostrando sinais de fragilidade durante solenidades no Ceará. No evento oficial de lançamento do Programa “Em defesa da vida”, realizado no dia 11 de abril, por vezes embargou a voz e apresentou suor excessivo, que chamou a atenção de algumas pessoas da plateia. Na semana anterior, durante inauguração de uma policlínica em Limoeiro do Norte, Cid passou mal e encerrou o evento antes do previsto. O governador chegou a ser atendido por uma equipe do Samu, ainda em Limoeiro, e, na sequencia, foi atendido no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Além disso, desde o início da gestão, não foram raras às vezes em que o governador precisou cancelar eventos por causa de crises de enxaqueca. AUTORIZADO O afastamento de Cid já estava previamente autorizado desde fevereiro de 2014. O Projeto de Decreto Legislativo da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, aprovado em 13 de fevereiro, autoriza o governador e o vice a se ausentarem do Estado e do País por um período superior a 15 dias sem necessitar de aprovação do Legislativo, no decorrer de todo este ano. Na época, parlamentares de oposição criticaram o projeto. O deputado estadual Heitor Férrer (PDT) lembrou que até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quando de férias, noticia sua saída ao parlamento americano. Segundo disse, não há qualquer impedimento para o governador enviar uma mensagem solicitando se ausentar do Estado, pois, conforme o parlamentar, a Casa aprovaria sem contestar.