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Prefeito afastado de Canindé denuncia compra de apoio - QR Code Friendly
Quarta, 10 Junho 2015 06:48

Prefeito afastado de Canindé denuncia compra de apoio

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  O prefeito afastado de Canindé, Celso Crisóstomo (PT), denunciou, ontem, em entrevista de coletiva à imprensa, na Assembleia Legislativa do Ceará, que cinco vereadores receberam R$ 150 mil, cada um, para votar a favor de seu afastamento. Na última sexta-feira (5), a Câmara dos Vereadores de Canindé, decidiu por 11 votos a quatro, afastar o prefeito por 90 dias. A acusação que pesa contra o petista é de improbidade administrativa, por suposto desvio de receitas da Contribuição de Iluminação Pública. Em 27 de maio, a Justiça já havia decretado a perda da função pública e a indisponibilidade dos bens de Celso Crisóstomo. “Na ação dos vereadores de oposição, levaram muitas denúncias ao Ministério Público e nunca encontraram roubo, falcatrua da minha parte. Mas, encontraram um problema contábil, pelo fato de a Prefeitura ter utilizado o dinheiro da iluminação pública, para pagar consumo de postos de saúde, bem como de escolas. Não me beneficiei disse”, defendeu-se. Coagido Segundo Crisóstomo, na quarta-feira (3), foi coagido por três vereadores (Antônio do Ives, Francisco Alan e o vereador Alexandre Anastácio), onde buscaram, por meio de uma “chantagem”, vender os respectivos votos ao prefeito, por R$ 100 mil. “Segundo eles, lá ia passar uma Van para sequestrá-los e que, dentro desta van, teria um envelope de R$ 150 mil para cada um. Eles falaram que faziam um abatimento para mim, que se eu arrumasse R$ 100 mil em menos de 24 horas, eles não votariam contra”, denunciou. Durante coletiva, Celso Crisóstomo mostrou um áudio feito por seu assessor, José Estênio Maciel, em que os vereadores fazem as chantagens. “Eu disse para eles que podiam fazer o que quisessem. E falei que aquele era um caminho absurdo e que não iria entrar nesse jogo, porque eu já sei que isso é um poço sem fundo”, afirmou. Elmano de Freitas Antes da coletiva, o deputado Elmano de Freitas (PT) foi à tribuna da Casa e denunciou a manobra dos vereadores para afastar o prefeito Celso Crisóstomo (PT) do Executivo Municipal. “O que mais me impressionou é que o Poder Judiciário colaborou para isso, aliás, o juiz”, informou. Elmano Freitas ressaltou que a Prefeitura de Canindé sempre realizou o pagamento da energia pública da cidade e dos prédios públicos na mesma conta. O parlamentar disse ainda que o juiz da comarca, quando recebeu a ação civil pública, orientou o prefeito a separar as contas, mas não o afastou do cargo. O Executivo Municipal acatou a sugestão. Porém, quando o magistrado tirou férias, o juiz substituto decidiu julgar o processo, apesar de o erro já ter sido corrigido. “Quero deixar claro que o prefeito não foi afastado pela Justiça, e sim por uma manobra. Sabemos que estamos tratando com gente do crime organizado, gente envolvida com roubo de cargas, que está inserida na política. Aviso aqui que não iremos recuar. Pediremos ao Ministério Público para afastar os vereadores corruptos, pois não podemos admitir esse tipo de chantagem”, defendeu Elmano. Em aparte, os deputados Moisés Braz (PT) e Rachel Marques (PT), se solidarizaram com o prefeito Celso Crisóstomo. Já o deputado Carlos Felipe (PCdoB) disse que “imaginar vereadores recebendo R$ 150 mil para afastar um prefeito é lamentável”. Crisóstomo disse que vai recorrer da sentença do juiz e pedir a anulação da sessão realizada na Câmara dos Vereadores de Canindé.
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