A suspensão do processo de licitação para iluminação pública de Fortaleza rendeu duras críticas ao presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC), Fernando Bezerra, na Assembleia Legislativa. Da tribuna da Casa, o vice-líder do governo Cid Gomes (PSB), deputado Carlomano Marques (PMDB) chamou Bezerra de “charlatão”, por supostamente ter criado critérios no edital de licitação para beneficiar a empresa Citeluz. Para o deputado Perboyre Diógenes (PMDB) o processo licitatório é fruto de um edital de cartas marcadas, no qual “a corrupção está bem clara”. Carlomano Marques disse ainda que Fernando Bezerra, indicado ao cargo pelo senador Eunício Oliveira (PMDB), não representa mais o partido, já que a legenda havia orientado, no ano passado, que pessoas ligadas ao PMDB deixassem os cargos no governo. “Quem decidiu permanecer não é mais nome do PMDB. Não posso deixar que o nosso partido pague a conta. (...) O Fernando Bezerra não é indicação do PMDB. Foi”, afirmou Carlomano. Carlomano aproveitou ainda para defender que o PMDB tenha candidatura própria nas eleições municipais de outubro. “Nós temos que fazer uma oferta plural, diversificada. Não juntar 20 partidos e impor um candidato”, afirmou, em alusão à aliança governista. O líder do governo na Casa, deputado Antônio Carlos (PT), saiu em defesa da prefeitura Municipal e disse que “a licitação não estava eivada de qualquer processo que possa ter cogitado carta marcada” e que a aliança entre PMDB e PT é “sólida”. “Refuto e afasto para longe as suspeitas (de direcionamento da licitação)”, disse. Na última sexta-feira (2), a Justiça determinou que fosse suspensa a licitação da Prefeitura para a contratação da empresa que administrará o parque de iluminação pública da Capital. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público Estadual (MPE), por meio do promotor Ricardo Rocha, que considerou que a licitação, no valor de R$ 138 milhões, havia sido direcionada para garantir a vitória da empresa Citeluz. Como ENTENDA A NOTÍCIA Após as denúncias do Ministério Público Estadual sobre um suposto direcionamento de licitação feita pela AMC, parlamentares peemedebistas isolam presidente do órgão, que foi indicado pelo partido.