Se os parlamentares da oposição vinham se destacando nesse início de legislatura estadual, ontem a situação se inverteu. Os deputados da base aliada do governador Camilo Santana (PT), que vinham atuando de forma tímida na defesa do Palácio da Abolição, mostraram força ontem e deram sinais de que a CPI do Acquario pode não estar tão próxima. A maior polêmica de ontem foi um pedido de convocação de Renato Roseno (Psol), que solicitava a vinda do secretário Arialdo Pinho à Casa, que na audiência da última quara-feira foi representado pela secretária-adjunta Denise Carrá, para prestar esclarecimentos à Casa. A base governista se mobilizou contra o pedido, alegando que o governo já havia se comprometido a enviar os documentos que fossem solicitados pelos deputados. “Se o governo está dizendo que dá as informações em 15 dias, qual é a necessidade de agora dizer que tem de vir uma determinada pessoa porque somente ela pode agradar a oposição?”, falou Elmano de Freitas (PT). Roseno se defendeu. Segundo ele, a acusação do petista era “desrespeitosa”, e o requerimento estava sendo votado agora porque estava aguardando para entrar na pauta da Casa. Entretanto, apesar de contar com o apoio de colegas, o pedido acabou derrotado na votação, sendo aprovado, entretanto, um convite ao ex-secretário Bismarck Maia. CPI O requerimento de Audic Mota (PMDB) para a criação da CPI do Acquario também perdeu força ontem. Em plenário, dois deputados já afirmaram que não pretendem assiná-lo por enquanto: Roberto Mesquita (PV) e Ely Aguiar (PSDC), apesar deste ter afirmado que, caso Arialdo Pinho não comparecesse à audiência, daria seu apoio à proposta de Audic. Entretanto, o peemedebista segue otimista com a proposta. Ele afirma que está em conversas com colegas do SD e do PMDB para conseguir as três assinaturas que faltam para atingir as doze necessárias para a instalação da CPI. Um dos nomes do PMDB, entretanto, não deve apoiar o requerimento de Audic por enquanto. Dra Silvana, ao O POVO, afirmou que não deve assinar o requerimento por enquanto. “Não sou uma pessoa que toma decisões precipitadas”, afirma. A parlamentar explica que ficou satisfeita com a audiência e diz que vai aguardar a documentação prometida pelo governo. Atualmente, o pedido de CPI conta com os nomes de Audic Mota (PMDB), Danniel Oliveira (PMDB), João Jaime (DEM), Carlos Matos (PSDB), Renato Roseno (Psol), Capitão Wagner (PR), Fernanda Pessoa (PR), Heitor Férrer (PDT) e Tomáz Holanda (PPS). (colaborou Jéssica Welma) SERVIÇO Saiba mais sobre a Assembleia Legislativa: http://www.al.ce.gov.br Para entender Dia 18/fev. Secretaria do Turismo paralisa os pagamentos à ICM-Reynolds, uma das responsáveis pelas obras, para auditar o projeto em virtude de reclamações da empresa quanto aos pagamentos. Dia 20/fev. Acordo é feito com a empresa para a retomada dos trabalhos. Mais US$12 milhões são prometidos à ICM-Reynolds como contrapartida. Arialdo informa que a empresa pediu valores superiores, mas o governo se recusou a pagar. Na Assembleia, é anunciado o requerimento de CPI por Audic Mota (PMDB) Dia 24/fev. Heitor Férrer traz dados que demonstram que o empréstimo com o Ex-Im Bank, que deveria financiar a obra, ainda não havia sido formalizado, e que os R$125 milhões gastos até então foram provenientes do Tesouro estadual. É divulgado que o pedido de CPI já conta com oito assinaturas. Dia 27/fev. Foi divulgada decisão da juíza Ana Cleyde Viana, da 14ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, que determinou “a imediata suspensão de todo e qualquer pagamento e/ou repasse” à ICM-Reynolds. Dia 6/mar. É realizada audiência na Assembleia com a presença de Hugo Figueiredo, secretário de Infraestrutura, Mauro Filho, secretário da Fazenda, e Denise Carrá, secretária-adjunta de Turismo. É informado que o titular da pasta, Arialdo Pinho, está fora do País, participando de evento na Alemanha.