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Coluna Macário Batista - QR Code Friendly
Quinta, 11 Outubro 2012 07:55

Coluna Macário Batista

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  Uma pobreza infinita • Ouvi, de mais de uma cabeça, opiniões preocupantes e preocupadas com a pobreza, a desgraça e a miséria que rondam Fortaleza. O postulante ao cargo de vice-prefeito de Roberto Claudio, Gaudêncio Lucena, enfático e triste, comentou: - A miséria que grassa nos grotões de Fortaleza acaba com qualquer um que saia de casa e deixe comida à mesa. É uma miséria muito pior que a pobreza do interior. Do apresentador Paulo Oliveira, que fez campanha para o filho, candidato a vereador, disse no rádio: - Meu Deus. Eu já vi a fome pela frente. Não imaginava, nem nos meus tempos de repórter policial e de cidade, assistir a um povo ser tão miseravelmente massacrado pela dor da casa de papelão, pela panela vazia, pela falta de expectativa e esperança. O deputado Fernando Hugo, sempre focado em Messejana, seu nicho político e cultural, falou: - Olhe, o povo é tão destruído pela falta de tudo, que põem-lhe uma golda preta na viela onde “mora” e fica agradecido. Pensa que é asfalto e acha aquilo que por poucos dias vai esconder a lama que corre por baixo poderá ser a sua salvação. Finalmente: pós-campanha em Fortaleza pude ver como que não conhecia Fortaleza do Bê (porque tem Fortaleza, Fortaleza do A e Fortaleza do B) ficou chocado com o que aprendeu sobre a Cidade. E começam a papocar as pesquisas, não de boca de urna, mas constatações dolorosas. Temos, pelo menos as contadas, na RMF 6.050 crianças em trabalho infantil doméstico, segundo levantamento do MPT. Deve ser o dobro do dobro. Será que o MPT contou as crianças usadas pelo tráfico como aviões? Será que o Ministério Público contou as que ficam em casa cuidando dos irmãos menores enquanto a mãe vai catar lixo pra vender na reciclagem? Será que o MPT contou as que andam sobre as carroças puxadas pelos pais, ajudando na coleta de lixo? Façam os outros de trouxas. A mim, façam, não. Eu conheço há tempos o Alto do Bode e o Buraco da Gia.
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