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Complexo do Pecém demanda 297,8 mil vagas até 2014 - QR Code Friendly
Quarta, 08 Agosto 2012 04:52

Complexo do Pecém demanda 297,8 mil vagas até 2014

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Somente no ano que vem haverá a necessidade de preencher dez mil vagas, enquanto que a oferta é de 1.500 profissionais Somente no ano que vem haverá a necessidade de preencher dez mil vagas, enquanto que a oferta é de 1.500 profissionais FOTO: KID JÚNIOR
  A maior procura está voltada para a área de infraestrutura, onde há uma necessidade de 75.275 colocações A demanda de profissionais qualificados nas empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) já é maior que a oferta local. E a tendência é de que esta lacuna aumente rapidamente. Até 2014, há uma previsão de 297.834 vagas para a região, segundo apontam os dados preliminares do Planejamento Estratégico para Educação Profissional, estudo elaborado a pedido da Federação da Indústria do Estado do Ceará (Fiec), e que será entregue ao governador Cid Gomes ainda este ano. O documento, elaborado pela empresa Dialog Educação, Tecnologia e Desenvolvimento, ainda está com os números sendo fechados, e sua versão final será apresentada no dia 16 de outubro, durante encontro do Conselho Gestor do Pecém. Ontem, uma versão preliminar foi mostrada no encontro do Conselho, ocorrido na Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). O estudo foi feito com os dados de seis empresas do Cipp: Aeris, Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Energia Pecém, Petrobras, Hidrostec e Votorantim, não incluindo os projetos estruturantes de responsabilidade do Governo do Estado. A área de abrangência atinge um raio de 50 quilômetros do Cipp. O número apresentado, contudo, não representa exatamente o número de postos de trabalho, mas vagas em diferentes qualificações. "Esse número deve ser superior ao de postos de trabalho, porque um trabalhador pode ocupar mais de uma qualificação", explica Sérgio Marcondes, da Dialog. Infraestrutura requer mais A maior parte da demanda está voltada para a área de infraestrutura, na qual foi observada uma necessidade futura de 75.275 colocações. Neste segmento, já existe, para 2012, uma lacuna entre demanda e oferta de 10 mil vagas. No ano que vem, o que será solicitado pelas empresas e a previsão do que será ofertado localmente gerará um vácuo de 30 mil vagas. A qualificação mais procurada será a de operador de equipamentos. Dez mil só em 2013 No ano que vem, haverá uma demanda de 10 mil vagas, para uma oferta de 1.500 trabalhadores. Os profissionais em carpintaria também serão bastante disputados, uma vez que, em 2013, haverá uma demanda de 3.347 carpinteiros, para uma oferta de apenas 347. O relatório, entre outras questões, aponta a necessidade de uma instância de governança para permitir um trabalho conjunto, a ser realizado entre os diversos entes ligados à capacitação profissional. Um estudo também preliminar foi apresentado pelo Sebrae, apontando as oportunidades de negócios que surgirão (e que já surgem) no Cipp, com o objetivo de permitir o aumento da participação de empresas locais. Possibilidades de inserção foram encontradas nas áreas de serralheria, indústria de base, logística, material de indústria, comércio lojista, empresas de transportes, hotéis e pousadas e grandes empreiteiras. Conselho Gestor De acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo, a versão consolidada dos dois estudos será apresentada no próximo dia 16 de outubro, quando será fechado o Plano Diretor do Pecém, assim como os planos diretores dos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, nos quais está inserido o complexo industrial e portuário. "Na reunião, será apresentada como vai haver a integração dos planos diretores do Pecém e das prefeituras", explica. "Nós, do Conselho Gestor do Pecém, nos reunimos com o governador no dia 31 de maio passado, quando apresentamos 27 entraves que levantamos com relação ao Cipp. O governador deu encaminhamentos acerca de cada um, e determinou três eixos pra se trabalhar: territorial, capacitação e das oportunidades de negócios. Os resultados serão fechados na próxima reunião, e então conversarei com Cid Gomes para marcar a apresentação de tudo. Daí, vão ser tiradas as políticas públicas para a região", explica. Padronização Um dos resultados das reunião é a geração de um procedimento padronizado de todas as interfaces em relação aos órgãos que atuam no Cipp. Ou seja, quando uma empresa buscar, na Adece (Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado), instalar-se no Pecém, já terá um formulário padrão de todas as informações que os órgãos e prefeituras irão exigir para sua implantação, reduzindo a burocracia e agilizando o processo. Após as eleições, o governador irá assinar o decreto que define os 30 integrantes do Conselho Gestor do Pecém e escolherá as cinco pessoas que formarão a Unidade Gestora do Pecém, órgão responsável pela execução das ações para o complexo. Déficit 30 mil vagas é o vácuo que será gerado em 2013 devido ao que será solicitado pelas empresas e à previsão do que será ofertado localmente. A maior procura será de operador de equipamentos SÉRGIO DE SOUSAREPÓRTER 50 mil para construir CSP e refinaria Evidenciada por diversas entidades desde quando o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) teve seus primeiros empreendimentos anunciados, a qualificação de mão de obra dos cearenses teve mais uma vez a sua importância citada ontem durante reunião do Pacto pelo Pecém, quando o Instituto Centec revelou a necessidade de 50 mil profissionais somente para a etapa de construção dos dois maiores projetos do Estado: a siderúrgica e a refinaria. FotoComo a CSP ainda está em fase inicial de obras, expectativa é de que haja tempo hábil para formar um quadro de trabalhadores FOTO: ALEX COSTA No entanto, surpreendendo o grupo de acadêmicos convocados pela comissão da Assembleia Legislativa, a demanda por todo esse pessoal não é de mão de obra técnica ou superior, mas dos profissionais oriundos dos cursos mais básicos. "São os cursos de formação inicial continuada, que têm entre 160 horas e 400 horas", explicou o coordenador da divisão de projetos do Centec, Onias Moreira Júnior. Segundo ele, atualmente, esse tipo de função corresponde a soldadores, carpinteiros de forma e pedreiros e demais profissionais da área de construção civil - os quais podem ter apenas o ensino fundamental. Todos são alocados, principalmente, na fase de instalação dos empreendimentos, nas obras físicas. "Hoje, o Ceará não teria profissionais para atender essa demanda, mas, como a terraplanagem da Companhia Siderúrgica do Pecém terminou recentemente e a Premium II ainda não possui data de início confirmada, deveremos conseguir formar um bom quadro", argumentou. CTTC deve reforçar Para isso, Onias destaca o Centro de Treinamento Técnico do Ceará (CTTC), o qual, segundo ele, deve entrar em funcionamento no início do próximo ano. O equipamento, de responsabilidade da Secretaria de Ciência Tecnologia e Educação Superior (Secitece), teve a data de inauguração adiada duas vezes neste ano e ainda está com o processo de compra de equipamento em andamento. Ao todo, foram investidos para a construção e a aquisição dos equipamentos do CTTC cerca de R$ 28,3 milhões e tem a expectativa de treinar cerca de 12 mil pessoas por ano nos chamados cursos de formação inicial continuada nas áreas de construção civil, eletromecânica e petroquímica. Outra preocupação que perpassou todos os centros envolvidos deve-se ao pós-construção e ao destino da mão de obra empregada. Com o funcionamento, o tipo de profissional demanda muda e cai drasticamente. Para isso, a solução apontada por diversos representantes, como o diretor do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade de Fortaleza (Unifor), Almeida Júnior, foi o investimento na formação de profissionais de olho nos perfis demandados pelas empresas, além da formação continuada. Na mesma perspectiva, o diretor do campus do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Rodrigo Freitas, defende o aperfeiçoamento dos profissionais desde os cursos básicos até o superior como alternativa para garantir o emprego deles e qualificação dos cearenses no mercado. "Boa parte desses profissionais serão descartados e se conseguirmos qualificar esses profissionais, vamos aumentar a oportunidade de eles terem um emprego", afirmou. Informação é gargalo Defendendo uma atenção para os impactos sobre as comunidades e grupos étnicos da região do Cipp, o professor da Universidade Federal do Ceará, Jeová Meireles, atentou para o reflexo disso no futuro, o que poderá reverter o desenvolvimento econômico vislumbrado pelo Estado. Na última reunião do Pacto pelo Pecém, ele pediu mais informações sobre os empreendimentos em funcionamento e previstos para chegar ao complexo como forma de medir e planejar a contribuição da academia no grupo. Depois de nove reuniões com atores distintos do Cipp, o grupo coordenado pelo Conselho de Altos Estudos da AL-CE deve compilar todos os documentos e voltar a se reunir até o fim do ano. ARMANDO DE OLIVEIRA LIMAREPÓRTER
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